Duas iniciativas para o manejo comunitário de florestas

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Em 2002, uma série de organizações e pessoas que trabalharam juntas para influenciar a World Summit on Sustainable Development – WSSD (Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável), criou o Global Caucus (Caucus Global) sobre Manejo Florestal Comunitário, que pôde influenciar os delegados do governo para “reconhecer e apoiar os sistemas de manejo florestal comunitários e indígenas com o fim de garantir sua total e efetiva participação no manejo florestal sustentável.” (artigo 45h do Relatório WSSD)

O objetivo geral do Caucus é “criar espaços políticos para promover o manejo florestal comunitário no nível local, nacional e global” dentro de uma visão na que “as comunidades locais e os Povos Indígenas afirmem seus direitos e assumam suas responsabilidades para manejar e usar suas florestas. A missão estabelecida do Caucus é defender e promover “os direitos das comunidades locais e dos Povos Indígenas para que possam manejar suas florestas e recursos das florestas de forma socialmente justa, economicamente viável e respeitando a ecologia. (vide descrição completa do Caucus em http://www.wrm.org.uy/temas/mcb.html#caucus )

Em janeiro de 2004, uma série de organizações preocupadas com as florestas e os direitos dos povos das florestas tiveram uma reunião estratégica no Fórum Social Mundial, para discutir as formas de avançar nesses assuntos. O resultado foi a Iniciativa de Mumbai para as Florestas, uma declaração de princípios destinada a criar um movimento global baseado numa estratégia comum sobre a conservação das florestas e o respeito dos direitos dos povos das florestas. Essa estratégia é delineada em 10 princípios, o primeiro dos quais estabelece que “as pessoas que moram nas florestas e utilizam as florestas para suas necessidades de supervivência são os autênticos gerentes e governadores dessas florestas e têm direitos inalienáveis sobre as florestas.”, enquanto o segundo princípio indica que “a proteção e a conservação das florestas requerem que esses direitos sejam garantidos (vide Iniciativa de Mumbai para as Florestas em http://www.wrm.org.uy/declaraciones/Mumbai/MumbaiPA2.html )

Esses dois recentes processos são um raio de esperança num mundo onde o florestamento prevalecente continua empoderando o poder e desempoderando as comunidades locais. Independentemente de sua diferente origem e possíveis diferenças, dividem claramente uma estratégia comum e visam a objetivos similares. Sejam bem-vindas as duas!