Precisamos do seu apoio! Convocamos organizações, grupos, redes e movimentos a assinarem esta petição em solidariedade às comunidades gabonesas ameaçadas pelas plantações da OLAM / SOTRADER. Há tempo para aderir até quinta-feira, 19 de setembro.
OLAM é uma grande empresa transnacional do agronegócio com sede em Cingapura e que atua em mais de 70 países. Em 2010, OLAM fez uma parceria com o governo do Gabão para fazer grandes plantações de monocultura industrial de dendezeiro e seringueira num total de 500 mil hectares de terras neste país na África Central com uma grande área de florestas. Para concretizar os planos, OLAM e o governo de Gabão criaram várias empresas, dentro delas a SOTRADER.
Nas terras que o governo deu em concessão para OLAM vivem dezenas de comunidades. Elas dependem das florestas e savanas para realizar seu modo de vida baseado na agricultura, caça, coleta e pesca. Desde que OLAM começou suas atividades, a empresa e sua monocultura causou uma grande destruição do território das comunidades e começou a cercar elas cada vez mais.
As comunidades de Ferra e Nanga no Sul do Gabão decidiram se juntar para dizer não à expansão das plantações da OLAM. Decidiram escrever uma petição na qual declaram que não aceitem que a empresa avance sobre mais uma parte de seu território tradicional ao lado esquerdo do rio Dola, muito perto das comunidades. Entregarão a petição para as autoridades e para a empresa na véspera do Dia Internacional de Luta contra as Monoculturas de Árvores, 21 de setembro.
As comunidades de Ferra e Nanga pedem seu apoio. Por favor, assina abaixo em solidariedade com esta petição e com a demanda justa destas comunidades para recuperar seu território tradicional, fundamental para que elas possam manter seu modo de vida, hoje e futuramente!
Em solidariedade,
A equipe do WRM
Abaixo-assinado: Contra a ocupação das terras das comunidades de NANGA e FERRA – 2019
NÃO ao estabelecimento de plantações de dendezeiros pelas empresas Olam/SOTRADER junto ao rio Dola (à esquerda, saindo de Mouila). As comunidades de Nanga e Ferra se opõem
No âmbito da diversificação de sua economia e com o objetivo de alcançar a autossuficiência alimentar e reduzir o desemprego galopante, o Gabão lançou em 2015 um ambicioso programa chamado GRAINE (“grão”). A implementação desse programa foi confiada à SOTRADER, uma parceria público-privada entre o governo do Gabão e a multinacional Olam Palm Gabon.
Na província de Ngounié, a GRAINE se estabeleceu em Ndendé, onde a SOTRADER instalou sua sede. Lá, iniciou o desenvolvimento de cultivos alimentares e, principalmente, adquiriu uma concessão de 58.400 hectares para desenvolver plantações de dendezeiros sob a gestão de comunidades locais, por meio de cooperativas agrícolas e de consentimento prévio, livre e informado, no qual influenciaram personalidades político-administrativas. Localizadas no coração dessa concessão, as comunidades de Nanga e Ferra estão totalmente isoladas. Por isso, as comunidades lamentam ver a precariedade em que se encontram:
- As florestas e a biodiversidade, caldeirão de nossos valores tradicionais, de onde obtemos o essencial de nossos recursos econômicos e culturais que, de acesso limitado, são literalmente destruídas, o que pode agravar as consequências relacionadas às mudanças climáticas;
- As terras que costumamos explorar para alimentar nossas famílias e comunidades nos são tiradas. O alimento se torna escasso e a fome vai se instalando;
- As belas promessas feitas às comunidades nunca são cumpridas.
Nós, moradores das aldeias de Ferra e Nanga, exigimos que a multinacional OLAM e a SOTRADER devolvam nossas terras localizadas no lado esquerdo (vindo de Mouila), por onde passa o rio Dola, de modo que possamos continuar desfrutando de nossos direitos consuetudinários de uso para nossas atividades de produção e coleta, bem como garantir a segurança e a soberania alimentar de nossas comunidades, conforme reconhecido na Declaração da ONU sobre os direitos dos camponeses e outras pessoas que trabalham em áreas rurais.
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