Chile: campanha contra a expansão da atividade florestal

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Chile madereo

No Chile, a investida de grandes grupos econômicos florestais respaldados pelo Estado se traduz em mais de 3 milhões de hectares cobertos por monoculturas industriais de pínus e eucalipto.

As plantações florestais deram lucros milionários a grupos como o Matte, dono da Forestal Mininco CMPC, e Angelini, dono da Forestal Arauco. Mas isso aconteceu à custa da usurpação de terras indígenas Mapuches e de estragos causados às referidas espécies exóticas, que consumiram a água de estuários e reservas subterrâneas, aumentando a incidência de seca e a erosão das terras, com a substituição de terras agrícolas e florestas nativas. O resultado é que, diante da falta de terras cultiváveis e da perda de água, grande parte da população rural migra para as cidades, colapsadas pela falta de emprego e de oportunidades reais.

Os lugares onde há maior quantidade de plantações florestais são territórios que concentram os maiores índices de empobrecimento e emigração da população. Especialmente no centro-sul do Chile, houve expansão florestal, principalmente no território ancestral do Povo Mapuche, o qual, defendendo seus direitos à terra, resistiu ao avanço das plantações florestais, resultando em repressão, cárcere e morte. E existe agora una nova ofensiva das empresas florestais, que buscam duplicar em curto prazo a superfície plantada com monoculturas de árvores, e para isso buscam anexar as terras de “pequenos proprietários”, ou seja, terras de camponeses chilenos e de comunidades Mapuches.

Tudo isso foi denunciado por organizações de todo o Chile que, através de uma carta aberta (1), fizeram um chamado a setores camponeses e comunidades Mapuches para que estejam atentas às tentativas de empresas florestais e agentes de governo, e não permitam a introdução de mais plantações de pinus e eucaliptos em seus territórios.

O coletivo informativo Mapuexpress e a Adkimvn Comunicaciones se somam ao chamado organizando uma campanha informativa na qual produziram anúncios audiovisuais e de áudio (2) para contribuir com a geração de informações e consciência para a defesa dos espaços de vida e subsistência, exortando à difusão e à reprodução desses materiais.

A Mapuexpress também adverte que “nos dias que correm, empresas e agentes de governo chegarão às casas de famílias rurais oferecendo supostos benefícios e plantações de pinus e eucaliptos GRÁTIS!, inclusive oferecendo bonificações em dinheiro. É preciso que fiquemos atentos e defendamos os territórios, as práticas ancestrais… a Terra”. Como afirma o coletivo Mapuexpress: “Permitir a introdução de pinus e eucaliptos significa pão para hoje e fome para amanhã. Além disso, significa permitir que, junto com as plantações, venham as fábricas de celulose, uma das indústrias más poluidoras do planeta”.

Por isso, como dizem as organizações na carta aberta, “não permitir a introdução de pinus e eucaliptos significa defender a vida, as terras cultiváveis e a soberania alimentar, significa aceitar a diversidade e as igualdades, ou seja, a cultura e a dignidade para os habitantes…”

(1) Organizações de todo o Chile fazem um chamado a Setores Camponeses e Comunidades Mapuches a Não introduzir mais Pínus e Eucaliptos nos territórios,http://www.mapuexpress.net/content/news/print.php?id=8073
(2) Vídeos – Campanha – Anúncios. ¡No más introducción de plantaciones forestales! Vídeo 1 CPC-gfRloas">, Vídeo 2lH8WMKNXNNw">, Mapudungun0u349Xv1FDI&feature=youtu.be">