Mais recentemente, ouvimos falar muito mais em ´serviços ambientais´, sobretudo em relação às conversas preparatórias da ONU e dos governos sobre Rio+20, previsto para junho deste ano. Para entender isso, temos que falar um pouco sobre a ideia central que está sendo tratada nessa conferência: a ideia da ´economia verde´.
Nas notícias sobre Rio+20, aparece muito o termo ´economia verde´. Soa bem, mas é importante entender que se trata de uma proposta que surge no contexto de uma economia profundamente capitalista. Uma vez que as principais economias capitalistas estão enfrentando uma crise financeiro-econômica muito grande, sobretudo nos últimos anos, buscam sair da crise e encontrar alternativas para que suas empresas novamente possam acumular capital e fazer mais lucros a partir de atividades produtivas e também especulativas, ou seja, fazer lucros ´sem fazer nada´.
A ONU, através do programa para o meio ambiente (PNUMA), está cumprindo um papel central com sua iniciativa ´Economia Verde´, que inclui o estudo TEEB, citado anteriormente. O relatório da iniciativa foi publicado em 2011 e é chamado “Rumo a uma Economia Verde”. Foi a partir dessa iniciativa que surgiu a ideia de um ´Novo Acordo Verde´, adotado pelos EUA e outros países. Promete um cenário de ´ganhar-ganhar´, porque se enfrentaria a crise financeira/econômica e climática com o redirecionamento dos investimentos para o que podemos chamar de ´capital natural´, além de investir em novas tecnologias supostamente limpas como o uso da biomassa, e o ´mercado de carbono´.
Nessa perspectiva, os ´serviços ambientais´ e sua ´comercialização´ se tornou algo muito central, um verdadeiro pilar da ´economia verde´. O resultado será, conforme Silvia Ribeiro do grupo ETC que monitora e pesquisa esse processo, uma “maior mercantilização e privatização da natureza e dos ecossistemas, integrando suas funções (definidas como ´serviços´) aos mercados financeiros” (36).
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