O ano de 2014 parece bater o “recorde” em declarações internacionais nas quais os signatários se comprometem a reduzir drasticamente e até a zerar o desmatamento. O que chama atenção é que, em todas elas, aparece o apoio de grandes empresas transnacionais, ligadas ao setor de plantações de árvores para produção de celulose, e também ao plantio e ao processamento industrial do dendê (palma africana), além de instituições ligadas ao capital financeiro. Além disso, sempre há a participação de ONGs.
Boletim Nro 207 – Outubro 2014
NOSSO PONTO DE VISTA
POVOS EM AÇÃO
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31 Outubro 2014O grupo “Olhares críticos do território a partir do feminismo” participou da reunião com dinâmicas, mapeamentos do corpo e experiências compartilhadas entre as mulheres das comunidades e mulheres e homens feministas urbanos, em Quito. A declaração denuncia que nós, mulheres, “além de defender a vida, a água, o território, olhamos pela saúde das famílias, pela soberania alimentar, pelos direitos e a defesa da Mãe Terra, confrontando o sistema capitalista que se expressa no extrativismo predatório e que é desigual, injusto, ignora as mulheres e prioriza a reprodução do capital em detrimento da reprodução da vida”.
O CORTE INDUSTRIAL DE ÁRVORES DE FANTASIA DE VERDE: O MANEJO 'SUSTENTÁVEL' DEVASTA AS FLORESTAS TROPICAIS E SEUS POVOS
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31 Outubro 2014O desmatamento na Indonésia não é só uma questão de perda de áreas florestais; é muito mais grave. Todo um sistema de vida que evoluiu para uma extraordinária riqueza de biodiversidade está ameaçado de destruição. Para as comunidades tradicionais, preservar a floresta não significa apenas manter seus direitos à terra e ao território, mas, fundamentalmente, proteger sua civilização da qual depende a essência de sua cultura. A cultura das comunidades desenvolve processos de adaptação intergeracional que equilibram a vida e a sustentabilidade dos ciclos naturais.
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31 Outubro 2014Mito: o Manejo Florestal Sustentável irá reduzir as emissões florestais e trazer desenvolvimento sustentável.
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31 Outubro 2014Há mais de 500 anos, o povo indígena tupinambá é massacrado e expulso do seu território no Sul do estado da Bahia. Mas, desde 2004, retomou o controle de parte do seu território, onde conserva a exuberante floresta de Mata Atlântica que chama de morada dos “encantados”. São os “encantados” que guiam as vidas dessas pessoas, suas lutas. Esse é um dos principais motivos dos tupinambás para conservar a mata, que, para eles, é sagrada, morada dos deuses e provedora da vida. Neste artigo, além de explicar como conservam a floresta, eles fazem uma crítica contundente à proposta do “manejo florestal sustentável” que promove a extração “seletiva” de madeira. Uma luta incansável pelo território
RECOMENDADOS
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31 Outubro 2014O Silêncio dos pandas se tornou um best-seller alemão em 2012. Uma série de liminares e processos judiciais lançados pelo WWF atrasaram a publicação do relatório investigativo em inglês. A edição em inglês revista, rebatizada de Pandaleaks, foi publicada recentemente. O jornalista e cineasta Wilfried Huismann expõe como o WWF – a renomada marca global da conservação da natureza – faz lavagem verde em crimes ecológicos cometidos pelas grandes empresas. Entre os exemplos, estão empresas envolvidas na destruição das últimas florestas e habitats naturais da terra; e o WWF aceita o dinheiro delas. Esse modelo de negócios da famosa organização “eco” mais prejudica a natureza do que a protege.
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31 Outubro 2014Um relatório da Environmental Investigation Agencydenuncia como mecanismos “formais”ou “legais” para extrair madeiraestariamservindo noPerupara “lavar” a madeira de procedência controversa ou ilegal.Espéciescomo o mogno, por exemplo, são protegidas pela leiperuana, que estabelece que elas só podem ser exploradasem áreassob concessãoa determinadasempresas. No entanto,de acordo com aEIA, muitos se dedicam acortarmognoe cedroem áreas semconcessão e,em seguida, vender de formailegalaempresas madeireirasformais, a quais, por sua vez,fazem com que passe comomognoe cedro desuas áreas de concessão – madeira que posteriormente é exportada. Verrelatórioem espanhol:
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31 Outubro 2014Apesar das sofisticadas campanhas de relações públicas da gigante asiática do agronegócio Wilmar, em que ela elogia sua própria política de “Desmatamento zero”, a empresa continua a comprar óleo de dendê (palma) de fornecedores que seguem desmatando vastas florestas e turfeiras. Os negócios da Wilmar fora do departamento de RP parecem ser muito pouco afetados por sua política de “Desmatamento Zero”. Veja o relatório completo da Greenomics Indonésia aqui (em inglês): http://www.greenomics.org/docs/Wilmar%27s-suppliers_deforestation_(LowRes).pdf
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31 Outubro 2014O vídeo mostra a luta das comunidades que dependem das florestas na República do Congo, e a de seus defensores, para reduzir os impactos do desmatamento e garantir seus direitos de manejo e controle sobre suas próprias florestas (em inglês): http://www.fern.org/hopeforcongo