Membros de organizações de agricultores, movimentos de mulheres, organizações da sociedade civil vindos da África do sul, Zimbábue, Malaui, Suasilândia, Lesoto, República Democrática do Congo e Moçambique se reuniram nos dias 15 e 16 de agosto, em Maputo, Moçambique, para analisar a crise global multidimensional e a resposta dos governos africanos.
Entre as áreas importantes discutidas na reunião estão soberania alimentar, indústria extrativa, energia e megaprojetos, concentração de terra e água, justiça ecológica e regionalismo alternativo. Os participantes deliberaram sobre alternativas ao modelo capitalista dominante que mantém essa região presa à dependência da exploração dos recursos naturais para crescimento econômico voltado à exportação.
Dessa análise, surge como importante preocupação o poder cada vez maior das corporações sobre governos e líderes de comunidades. A concentração de terras também é destaque, bem como a pilhagem da natureza por elites do Norte e do Sul, enquanto multinacionais do Sul estão deixando sua marca na região, operando da mesma forma exploradora de suas equivalentes do Norte.
Destacou-se que essas questões não podem ser tratadas apenas em nível local ou nacional. Um regionalismo alternativo deve incluir a união das pessoas e a superação do atual estado da globalização, construindo resistência mais forte, confrontando os líderes e os responsabilizando.
Fonte: http://viacampesinaafrica.blogspot.com/2012/08/farmers-organizations-and-other-civil.html, de Michelle Pressend