Indignado com a concentração de terras e o neocolonialismo galopantes do REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), participantes africanos do Fórum Social Mundial, na Tunísia, tomaram a decisão histórica de lançar a rede No REDD in Africa e se unir ao movimento mundial contra o REDD.
“O REDD já não é apenas uma solução falsa, e sim uma nova forma de colonialismo”, denunciou Nnimmo Bassey, Prêmio Nobel Alternativo, ex-diretor executivo da ERA/Amigos da Terra Nigéria. “Na África, o REDD+ está surgindo como uma nova forma de colonialismo, subjugação econômica e estímulo a uma concentração de terras tão grande que pode constituir uma concentração continental. Lançamos a Rede por uma África Livre de REDD para defender o continente do colonialismo do carbono”.
No documento-quadro UN-REDD, a própria Organização das Nações Unidas admite que o REDD poderia resultar em “trancamento das florestas”, “perda de terras” e “novos riscos para os pobres.”
No início, o REDD incluía apenas florestas, mas seu alcance foi ampliado a solos e agricultura. Em uma sessão de debates no Fórum Social Mundial de Túnis, membros da Via Campesina, o maior movimento camponês do mundo, mostraram preocupação com que os projetos de REDD na África pudessem ameaçar a segurança alimentar e acabar causando fome.