Senhor André de Freitas,
Cc.: FSC-Brasil/FSC-Internacional
Recebemos a sua correspondência e já socializamos com os parceiros do Fórum Socioambiental do Extremo Sul e também discutimos sobre a questão da nossa participação neste processo.
Decidimos conjuntamente não participar desta auditoria, nem como observadores, e nem através de uma reunião/conversa com a equipe da auditoria, pois avaliamos que já não faz sentido este esforço nosso visto que a empresa de celulose Veracel acabou de receber o certificado FSC em 13/03/2008, conforme mensagem do Sr. Azanbuja da SGS enviada via email datada de 18/03/2008, coincidentemente no mesmo dia em que recebemos o vosso convite para participar da auditoria.
Não estamos dispostos mais uma vez participar de um ‘teatro’ como ocorreu em 2006, quando o FSC também decidiu realizar uma auditoria em relação à certificação da Suzano/Bahia Sul, que também já tinha recebido o selo FSC na época. Naquela oportunidade, nos encontramos com a equipe de auditoria em Teixeira de Freitas, relatamos a situação, contestamos o relatório e nada aconteceu. Ficou o dito pelo não dito. Então concluímos que uma auditoria nessas condições é mera formalidade para o FSC e para nós da sociedade civil perda de tempo e energia.
Esta vez, estávamos dispostos para sentar com sua equipe, imaginado que o FSC, ao realizar a auditoria antes da emissão do certificado, estava com a intenção de evitar a certificação da Veracel Celulose, algo que poderia devolver para o FSC algo da sua credibilidade tão atingida por ter permitida a certificação de milhões de hectares de monoculturas empresariais no mundo como socialmente justos, ambientalmente adequados e economicamente viáveis.
Entendemos também a estratégia da SGS de fornecer o selo antes da auditoria como uma forma de dificultar a auditoria e garantir o compromisso assumido com a empresa Veracel. Portanto, nos recusamos a fazer parte desta peça.
Atenciosamente,
Fórum Socioambiental do Extremo Sul.