Nos dias 15 e 16 de setembro, representantes de redes de comunidades do nordeste da Tailândia se reuniram em Bangkok para protestar contra a usina hidrelétrica de Xayaburi, cuja construção ocorre no Rio Mekong, no território do Laos, e que está em ritmo avançado.
As comunidades tailandesas, vivendo a jusante do local da represa proposta, junto ao Rio Mekong, reconhecem claramente que essa represa terá grandes impactos sobre seus meios de sustento, bem como sobre os de outras comunidades no Camboja e no Vietnã, onde as pessoas também dependem de forma intensa e direta do curso principal do Mekong. Um total de 65 milhões de pessoas depende desse rio para viver, a maioria por meio da pesca, agricultura praticada ao longo das margens do rio e também de sua água doce para arroz e agricultura, principalmente na parte do delta que está dentro do Vietnã.
Segundo os representantes da rede de comunidades, a hidrelétrica aprofundaria os impactos negativos já sentidos das quatro usinas construídas no Alto Mekong, na China. Esses impactos incluem inundações mais frequentes e intensas, afetando o meio de vida das pessoas, principalmente sua pesca, ao mesmo tempo em que causam erosão e reduzem a área disponível para produção de alimentos, prejudicando a soberania alimentar e a renda das pessoas.
O governo tailandês está diretamente implicado nessa usina, já que ela está sendo construída por uma empresa tailandesa e o financiamento está vindo de quatro dos maiores bancos comerciais do país. Mais de 95% da energia deverá ser vendida na Tailândia. Além da hidrelétrica de Xayaburi, outras 11 represas estão planejadas na região do Baixo Mekong.
Os manifestantes exigiram uma reunião com o primeiro-ministro tailandês em público, para entregar pessoalmente um abaixo-assinado com cartões postais de milhares de pessoas, reivindicando a interrupção da construção da usina, mas ele se recusou a recebê-los. Mesmo assim, eles protestaram em frente à sede do governo durante toda uma manhã e depois deram uma entrevista coletiva, da qual participaram muitos veículos de imprensa nacionais e internacionais.
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