Centenas de homens e mulheres indígenas, pescadores e ribeirinhos, ocuparam no dia 27 de outubro o canteiro de construção de uma das maiores hidreléctricas do mundo, Belo Monte, no Pará, Brasil, obra que terá impactos devastadores sobre a vida das populações locais. Era um protesto contra a intransigência do governo em dialogar, bem como contra a postura do governo brasileiro que se negou a comparecer numa audiência convocado em Washington pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA que quer explicação porque as comunidades afetadas não foram propriamente ouvidas. Por último, os manifestantes denunciam a morosidade da justiça em se pronunciar sobre as diversas ações na justiça que pedem a paralização da obra, devido a inúmeras irregularidades devidamente comprovadas.
Após 15 horas, os manifestantes decidiram encerrar o movimento perante uma surpreendente agilidade da justiça que, atendendo aos construtores da obra, pediu à policia assegurar a desocupação. Ao mesmo tempo, os manifestantes consideraram o movimento fundamental, sendo ´um marco na nova aliança contra a hidreléctrica´ e, ao mesmo tempo, dizendo que ´a nossa resistência contra estes projeto (..) continua inabalável´.