No dia 6 de junho, a Comissão Regional dos Atingidos pelo Deserto Verde organizou na cidade de Imbaú no estado de Paraná, o 1º. Seminário sobre a Violação de Direitos Humanos e as plantações industriais de eucaliptos na região de Telêmaco Borba. Na presença de um público diverso de 200 pessoas, na sua maioria composto de camponeses, foi apresentado o resultado de uma pesquisa participativa sobre os graves impactos da monocultura de eucalipto no município de Imbaú: seca e envenena as águas, provoca êxodo rural, destrói as matas, e causa o confinamento das famílias, sendo apenas alguns dos impactos que foram citados e mostrados ao público através de um Mapa social dos impactos dos monocultivos de árvores.
No final do seminário, a Comissão apresentou às autoridades e público presentes, a Carta de Imbaú, que afirma que: “encontramos um caminho por meio da Comissão Regional dos Atingidos pelo Deserto Verde para expressar nossa voz, há muito silenciada pelo medo da sombra do Deserto Verde. Vimos neste dia, de forma organizada, denunciar violações dos direitos humanos produzidos pelos impactos econômicos, sociais, culturais e ambientais provocados pela expansão da monocultura de eucaliptos e pinus em nossa região nos últimos 70 anos”.
A Comissão apresentou às autoridades presentes um projeto de lei municipal que disciplina o monocultivo de árvores exóticos, sendo uma das várias propostas apresentadas para garantir futuro e vida para o povo da região. Isso ocorre num momento que a Klabin, a principal empresa de papel e celulose da região, que promove o monocultivo de árvores, busca mais uma vez expandir sua produção de celulose.
Para ler a Carta de Imbaú na íntegra, acessa http://wrm.org.uy/paises/Brasil/carta_de_Imbau.html