A Samling é uma empresa madeireira, de plantações e construção notoriamente destrutiva da Malásia, que enfrenta décadas de oposição de povos indígenas como os Penan (veja, por exemplo, o Boletim 100 do WRM) e os Kenyah por destruir suas terras consuetudinárias. (1) Em dezembro de 2023, a SaraCarbon, subsidiária da Samling, cadastrou um projeto de carbono no estado malaio de Sarawak no registro da Verra, ‘certificadora’ de projetos carbono. (2) O projeto de carbono baseia-se na alegação duvidosa de que a empresa destruiria florestas pantanosas para estabelecer plantações de acácia em mais de 30.000 hectares. Os moradores, no entanto, relatam que a terra se provou inadequada para plantações de acácia. A SaraCarbon estaria, portanto, reivindicando créditos de carbono pela proteção de florestas que não tinha intenção plausível de destruir.
Em fevereiro de 2025, moradores carregando faixas protestaram, alegando que o projeto de carbono de Samling viola seus Direitos Territoriais Nativos (DNT). (3) "A comunidade acredita que este projeto de crédito de carbono não beneficia os povos indígenas, não resolve os problemas das mudanças climáticas e, em vez disso, representa uma invasão das terras dos DNT", escreve o Sarawak Report. (4)
(1) Mongabay. 2021. Ameaça de ação judicial contra indígenas de Bornéu que protestam contra empresa madeireira.
(2) Registro de carbono Verra. Projeto de Conservação e Restauração da Floresta Marudi. https://registry.verra.org/app/projectDetail/VCS/4814
(3) REDD-Monitor. 2025. Comunidades indígenas Marudi se opõem ao projeto de carbono de Samling em Sarawak, Malásia.
(4) Relatório Sarawak. 2025. Moradores de Marudi protestam contra o projeto de crédito de carbono "SaraCarbon" de Samling.