Às 9 da manhã de quarta-feira, 4 de dezembro, membros uniformizados da Polícia Nacional queimaram casas e plantações de colonos e famílias de Bilsa, distrito de Muisne, província de Esmeraldas. A comunidade habita o lugar desde épocas ancestrais e tem se dedicado à coleta de caranguejos e à agroecologia. Trata-se de pessoas que vivem nessas terras há mais de 20 anos, o que lhes dá direito à titulação, conforme o que dita o Código Civil.
Os Povos Ancestrais do Ecossistema do Mangue, agrupados na Coordenadora Nacional para a Defesa do Ecossistema do Mangue (C-CONDEM) rechaçam de maneira enérgica e categórica esse ato criminoso, e denunciam que “essa ação de violação aos direitos humanos dos povos do manguezal é mais uma das que se vão contabilizando na costa equatoriana, nos últimos meses, onde se expulsa os povos do manguezal por ordem das autoridades, como é o caso de Verdún, na província de Manabí, de Bajo Alto, na província de El Oro, dos colonos do pântano salgado, em Guayas, seja por solicitação dos supostos donos ou por acusações de danos à natureza, enquanto as políticas de governo legalizam milhares de hectares a favor dos industriais da aquicultura do camarão, usurpadores de nosso território”.
http://www.ccondem.org.ec/boletin.php?c=1238