Para iniciar um ano novo, as pessoas costumam expressar desejos e esperanças de um mundo melhor. Nesse sentido, enquanto WRM, desejaríamos um ano onde as florestas realmente começassem a ser conservadas e os povos que delas dependem pudessem viver em liberdade dentro dos seus territórios, como um passo na luta por um mundo mais justo. No entanto, se olharmos com mais atenção para o mundo em que vivemos hoje, constataremos que temos enormes desafios pela frente, por exemplo: como podemos fortalecer a resistência e a mobilização populares para que a destruição das florestas pare de avançar?
Boletim Nro 210– Janeiro 2015
NOSSO PONTO DE VISTA
RECOMENDADOS
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6 Março 2015O coletivo de coordenação da Via Campesina no estado de Pará, no Brasil, fez o esforço de colocar em livro as lutas que acontecem no tempo político amazônico e também suas iniciativas organizadas. Além de uma introdução sistematizada com enfoque nas ideias sobre o campesinato e o novo lugar que ele ocupa nos debates de conceitos históricos, há um duelo de perspectivas com o imperialismo ecológico ambiental. Essas formulações não têm caráter meramente conjuntural, inscrevendo-se nos desafios que enfrenta a classe trabalhadora da Amazônia. Nesta última década, aplicaram-se todas as possibilidades da frente neodesenvolvimentista na Amazônia.
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6 Março 2015O livro Money Logging, recém-lançado, documenta a política local, a cumplicidade internacional e a resistência representada pela luta contra a transformação das florestas tropicais de Sarawak em monocultura de dendezeiros e barragens hidrelétricas. O autor, Lukas Straumann, aponta Abdul Taib Mahmud, ex-governador do estado malaio de Sarawak, como o chefão dessa máfia asiática da madeira, enquanto mostra que a família Taib, com a cumplicidade das instituições financeiras globais, tem lucrado cerca de 15 bilhões de dólares. Além disso, uma série de 12 barragens de grande porte, duas das quais já foram construídas, inundaria 1.600 quilômetros quadrados de floresta tropical e desalojaria 235 comunidades indígenas.
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6 Março 2015Este documentário do jornal Resumen aborda a origem e as consequências da expansão da indústria de plantações de árvores no centro-sul do Chile. As plantações vêm se expandindo muito no país, em enormes proporções, e chegam a abarcar uns 3 milhões de hectares, afetando seriamente não apenas o meio ambiente, mas também as populações locais. As secas geradas pelo monocultivo também vêm ocasionando incêndios florestais. Muitas comunidades já conseguiram se desligar das empresas e fazer manejo e uso local das florestas.
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6 Março 2015A crescente demanda global por óleo de dendê e o espaço limitado para a expansão da indústria na Ásia levaram grandes produtores a voltar seus olhos à África. As empresas também estão apostando em uma explosão na demanda pelo produto como combustível “sustentável” na União Europeia, e a África é a região produtora mais próxima. Faixas de terra foram alocadas a empresas estrangeiras para plantações de dendezeiros. Essas plantações estão causando desmatamento em grande escala e afetando os estoques de água, que também estão sendo contaminados por agrotóxicos usados nas plantações. Ao transferir as terras para a plantação exclusiva de dendê, as pessoas estão perdendo a capacidade de produzir alimentos para si.
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6 Março 2015As plantações de dendezeiros em Palawan, como em outros lugares das Filipinas, são apresentadas como solução fundamental para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e como ferramenta para a erradicação da pobreza. No entanto, a realidade mostra um quadro diferente. Um relatório da Ancestral Land/Domain Watch (ALDAW) explica as muitas razões pelas quais as plantações de dendê devem ser interrompidas. Entre outras, essa monocultura toma conta das lavouras e dos coqueirais que sustentam a autossuficiência local. Também tem significado o desmatamento de áreas significativas de florestas antigas e secundárias, que são usadas pelos habitantes locais para a coleta de produtos florestais não madeireiros.
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4 Março 2015Quanto vale a natureza? Quanto ela pode aportar? Em uma época em que se teme o pior para a biodiversidade, este documentário revela como bancos e investidores privados convertem cada vez mais os recursos naturais em objetos de especulação. La naturaleza, nuevo paraíso financiero, mostra os mecanismos de um sistema nascente que pode vir a ser uma manifestação de hipocrisia mundial. Interrogando financistas, especialistas e pensadores, o filme confronta pontos de vista antagônicos e apresenta vários exemplos concretos de populações e meios naturais ameaçados por essas novas práticas.