Mais de 170 ativistas que se reuniram em Bangkok durante o fim de semana criticaram duramente os governos e as companhias por não reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Exigiram “justiça climática” e um “afastamento fundamental da atual ordem global” para solucionar a crise climática. Os participantes da conferência incluíram pescadores e granjeiros, povos das florestas e indígenas, mulheres, jovens, trabalhadores e ativistas não governamentais de 31 países.
“Por justiça climática” afirmaram os participantes em um documento da conferência “queremos dizer que a carga do ajuste da crise climática deve ser suportada por aqueles que a tem criado e não por aqueles que têm sido menos responsáveis.”
A conferência apontou a crescente voz de movimentos sociais e grupos da sociedade civil na Ásia sobre a questão da mudança climática.
Durante os três dias da conferência os participantes expressaram repetidamente frustração pela forma na que os governos e companhias, que têm até agora dominado a discussão sobre clima, não tem abordado as causas básicas da mudança climática que ameaça o planeta.
Depois de mais de 30 workshops e debates plenários os participantes atingiram um consenso sobre sua oposição ao comércio de carbono e programas de “compensação”, como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e o programa de Emissões Reduzidas do Desmatamento em Países em Desenvolvimento (REDD), que permite aos poluidores comprar a forma de reduzir emissões.
Os participantes também rejeitaram os agrocombustíveis industrializados, as megabarragens e a energia nuclear, dizendo que essas “falsas soluções” vão “simplesmente exacerbar a crise climática e aprofundar a iniqüidade global.”
Como solução, os participantes insistiram que os governos devem enfrentar o problema do consumo excessivo, tanto nos países desenvolvidos quanto entre elites em países mais pobres.
A conferência escutou que enquanto os países industrializados têm sido responsáveis por aproximadamente 90% das emissões de gás de efeito estufa históricas, 99% dos riscos que apresenta a mudança climática está sendo suportado por pessoas de países em desenvolvimento.
“Lidar com a crise climática envolve inevitavelmente um desvio fundamental da ordem global atual e uma transformação integral das relações sociais, econômicas, políticas e culturais em nível local, nacional e global” concluíram os participantes.
A conferência foi organizada por Focus on the Global South, um grupo de política e defesa sediado na Universidade Chulalongkorn de Bangkok, junto com outros 24 co-organizadores do mundo inteiro. A maioria dos participantes veio de países asiáticos mas também havia representantes da América do Norte, da Europa, da América Latina e da África.
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