No México, os defensores do ambiente continuam lutando. Os ativistas que visam proteger seus ecossistemas locais ainda estão sob a ameaça dos exploradores madeireiros ilegais e a falta de ação das autoridades governamentais locais.
Faz parte dessa luta o caso do ambientalista Ildefonso Zamora, sua família e sua comunidade de San Juan Atzingo, no município de Ocuilán no México. Desde 1998, Ildefonso Zamora tem trabalhado a fim de atrair a atenção pública para o problema da exploração ilegal de madeira em sua comunidade, que limita com o Parque Nacional Lagunas de Zempoala, uma área identificada como uma das 15 "regiões críticas” afetadas pela extração ilegal de Madeira no país. O parque está localizado dentro do que o Greenpeace chama ‘a grande floresta de água' que abriga dois porcento da biodiversidade mundial e fornece as três quartas partes da água consumida na Cidade do México, além de contribuir para mitigar a mudança climática e seus impactos na região.
Durante os últimos anos, Ildefonso, sua família e alguns representantes de sua propriedade comunal indígena têm sofrido uma série de ameaças por parte dos exploradores ilegais de madeira. Vários incidentes incluiram disparos no exterior das residências da família, ameaças de morte, confrontações em veículos na rodovia e inclusive ameaças dirigidas ao prefeito local.
O incidente mais chocante contra os defensores da floresta foi o assassinato de Aldo, filho de Ildefonso de 21 anos de idade. Ele foi disparado em uma rodovia por um grupo de exploradores ilegais em maio de 2007. A prisão dos dois homens envolvidos no assassinato foi adiada por um incrível período de 79 dias depois do tiroteio. Nove meses depois da morte de Aldo, dois dos quatro assassinos ainda não foram capturados, a pesar de terem sido claramente identificados e terem notórios mandados de prisão. O presidente mexicano Felipe Calderón fez declarações públicas em julho de 2007 afirmando que faria questão de fazer justiça nesse caso, mas o resultado ainda ninguém viu.
Esses incidentes ocorrem em um contexto de assédio e sistemática desacreditação dos defensores dos direitos ambientais no México. O assassinato de Aldo Zamora pode ser colocado entre casos similares como o de Rodolfo Montiel, Teodoro Cabrera, Felipe Arreaga e Albertano Peñaloza nas montanhas do estado de Guerrero e os casos dos indígenas Tarahumaras, os ambientalistas Isidro Baldenegro e Hermenegildo Rivas no estado de Chihuahua.
O Centro de direitos humanos “Miguel Agustin Pro Juarez” na Cidade do México (Centro Prodh) vem trabalhando com Ildefonso e a comunidade de San Juan Atzingo com defesa legal, conscientização e oficinas educacionais. Em junho de 2007, o Centro Prodh e o Greenpeace México fizeram uma solicitação conjunta junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos por medidas precautórias que protegeriam a vida e a integridade física das vítimas que estão sob ameaça dentro da comunidade. Em Janeiro de 2008, o Centro Prodh também salientou a situação premente da comunidade de San Juan Atzingo em um relatório para o Representante Especial das Nações Unidas do Secretariado Geral dos defensores dos Direitos Humanos.
Essa campanha em prol da proteção ambiental no México significaria pôr a vida em risco, o que ilustra a necessidade de um compromisso maior das autoridades locais e seu envolvimento nessas violações. Ildefonso Zamora e sua comunidade continuam vivendo de luto pela morte de Aldo Zamora e ainda estão esperando por justiça e segurança pessoal.
Maiores detalhes do caso e endereços das autoridades para quem encaminhar as cartas, estão disponíveis em http://centroprodh.org.mx/english/ e também no website do Greenpeace Mexico: http://www.greenpeace.org/mexico/press/releases/caso-aldo-zamora-seis-meses-d ou através do e- mail internacional3@centroprodh.org.mx.