Durante os últimos 30 anos aproximadamente, a exploração madeireira em Sarawak tem sido intensa e contínua. Mais de 95% da cobertura florestal original de Sarawak tem sido desmatada pelo menos uma vez. As escassas porções remanescentes de floresta primária não protegida em Sarawak estão nas regiões montanhosas próximas da fronteira com a Indonésia, e atualmente são alvo de uma acelerada exploração madeireira por parte dos cinco principais grupos madeireiros que operam em Sarawak e sua miríade de filiais e empreiteiros associados.
O ministro florestal do estado de Sarawak discursa sobre o corte sustentável das florestas durante un ciclo de 25 anos e da adjudicação de vastas extensões de terras para plantação de palmeiras e culturas comerciais. No entanto, conforme a maioria dos biólogos, o resultado final será a destruição de um delicado ecossistema florestal de 100 milhões de anos e a desaparição do dossel. Um efeito secundário que agora se evidencia em todo o país é a poluição quase total dos rios e córregos de água doce, o que provoca um sério impacto na pescaria tanto interior quanto marinha.
Também é crítica a situação dos povos indígenas das florestas de Sarawak que dependem da floresta para seu sustento. Aproximadamente 200 nômades Penan permanecem nelas e o seu futuro se apresenta desesperançador quanto a possibilidade de manterem o comportamento a que estão acostumados já há séculos. Muitos deles estão presos em um estado de constante confrontação com a indústria madeireira e o governo local pela preservação de suas terras florestais remanescentes. Ao tempo que inúmeros casos de direitos territoriais passam vagarosamente pelo sistema legal, o corte continua, e a população local não está à altura dos poderosos empresários madeireiros nem com seus empreiteiros.
O Grupo Samling possui 1,4 milhões de hectares no estado malaio de Sarawak. Em recente cotação pública na Bolsa de Valores de Hong Kong, 37 organizações de 18 países solicitaram a investidores e bancos que rejeitassem a companhia devido ao seu descumprimento das normas ambientais e sociais básicas.
Samling já tem desmatado vastas áreas de floresta tropical primária na região do curso superior do rio Limbang, próximo de Batu Lawi, uma montanha que os Penan consideram sagrada.
Quatro comunidades nômades e semi- nômades que vivem na região do rio Limbang ao norte do estado de Sarawak fizeram um apelo conjunto ao público internacional. As comunidades de Long Nyakit, Long Peresek, Long Adang e Long Keneng exortam o Credit Suisse, o HSBC e o Macquarie Securities, os três bancos que patrocinaram a recente cotação pública do grupo Samling a cancelar o suporte à gigante madeireira.
“Samling está destruindo o pouco que resta da nossa floresta tropical no curso superior do Limbang”, afirmou o chefe Awing Tubai falando em nome das comunidades Penan. “Precisamos de água limpa para beber e pescar e de florestas intocadas para poder coletar nossos alimentos e outros produtos florestais.”
Artigo baseado em: “Rainforest communities step up campaign against Samling”, Bruno Manser Fonds, www.bmf.ch; “The Final Chapter for Sarawak's Primary Forests”, www.ForestAlert.org, http://forestalert.org/forest.php?lang=en&news_id=5