O Senegal anunciou que não outorgará novas licenças de exploração de pedreiras e mineração nas 233 áreas de preservação de florestas do país. O governo de Abdoulaye Wade declarou que estimulará as empresas que já operam ali a se transferir para fora dessas áreas, como parte do esforço por reduzir o desmatamento e proteger o meio ambiente.
O ministro do Meio Ambiente, Modou Fada Diagne, declarou que, em breve, o seu gabinete entrará em contato com as empresas de exploração de pedreiras que já operam dentro dos cinco milhões de hectares de reservas de floresta e parques nacionais do país, tendo em vista o deslocamento das mesmas da região. Ele acrescentou que a concessão de toda nova licença de mineração e exploração de pedreiras será sujeita à aprovação de estudos de impacto social e ambiental e ao compromisso, por parte das empresas envolvidas, de restaurar o meio ambiente ao seu estado original uma vez finalizada a extração de minerais.
Em particular, a nova política visa à redução do desmatamento em torno da capital, Dakar, e nas cidades de Tambacounda, Louga, Thies e Kaolack. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, entre 1990 e 2000, o Senegal perdeu mais de 45 mil hectares de floresta. Segundo especialistas em meio ambiente, a expansão descomedida da exploração de pedreiras, no Senegal, resultou em erosão litorânea, redução da área de lavoura e trouxe problemas pulmonares e de pele para a população que habita as áreas próximas. Não obstante, desde que foi eleito, há três anos, o presidente Abdoulaye Wade não outorgou nenhuma licença de mineração ou exploração de pedreiras dentro das reservas de floresta do Senegal.
Espera-se que a posição do presidente Abdoulaye Wade e do seu ministro do Meio Ambiente, Modou Fada Diagne, estimule outros líderes africanos a imitar o seu exemplo e lutar para que seus países não se dessangrem. Os chamados "conflitos" africanos (atualmente, guerras declaradas com centenas de milhares de mortos), o mais das vezes, são provocados e alimentados pelos interesses envolvidos na mineração, sendo que, em muitos casos, as corporações estrangeiras desempenham um papel preponderante.
Tomado de "Government bans quarrying in conservation areas", 14 de julho, IRIN, enviado por ECOTERRA International, Nairobi Node, correio eletrônico: NATURAL_FORESTS@ecoterra.net