As mulheres, principalmente as que dependem das florestas para sua vida e seu sustento, enfrentam inúmeras lutas.
Muitas delas lideram várias frentes de resistência contra as violentas ameaças a seus territórios, comunidades, culturas ancestrais e vidas. Além disso, muitas já denunciaram e continuam a denunciar o caráter patriarcal e racista do sistema capitalista. Muitas também enfrentam as práticas machistas e sexistas exercidas dentro de suas próprias comunidades, famílias e até em seus movimentos de luta. Essas discriminações tendem a tornar invisíveis os seus dignos trabalhos e conhecimentos, violentar seus esforços para se emancipar e se empoderar, e colocar suas lideranças em risco por meio de assédio e violência.
As diferentes formas de violência que muitas mulheres sofrem todos os dias tendem a aumentar drasticamente com a chegada das plantações industriais a seus territórios. Isso se deve não apenas à privação das terras para cultivo, à contaminação de fontes de água e solos pelo uso de agrotóxicos, ao impedimento da livre circulação em seus territórios, entre muitos outros impactos, mas também à impunidade generalizada, ao assédio e ao abuso sexual.
O Dia da Mulher é, em parte, um chamado a nos unirmos às suas lutas contra a violência e a discriminação, a romper o silêncio sobre a opressão grave, o abuso sexual e a expropriação das liberdades e autonomias das mulheres para decidir sobre seus corpos e suas vidas. O WRM se soma a esse chamado, em solidariedade, com profundo respeito pelas inúmeras lutas que mulheres indígenas, camponesas, negras, quilombolas, pescadoras, artesãs e curandeiras devem enfrentar para defender com dignidade seus territórios e suas vidas.
Porque a destruição de florestas e territórios não é apenas capitalista e extrativista; ela também é patriarcal e racista!
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