Em poucos dias, terá início a Conferência Rio+20, à qual se chega em um processo de negociação no qual alguns governos de países ricos e grupos empresariais influentes trataram de impor um retrocesso com relação aos princípios da Rio 92 – como o das responsabilidades comuns e diferenciadas, da precaução, do direito à informação e à participação – e desmantelar direitos já consolidados – de povos indígenas e populações tradicionais, camponeses e camponesas, entre outros.
O processo oficial propõe instaurar formas de governo ambiental mundial que sirvam como administradoras e facilitadoras da “economia verde”, dando protagonismo ao Banco Mundial e a outras instituições financeiras, o que incentivará um novo ciclo de endividamento e ajustes estruturais disfarçados de verde.
Várias organizações e movimentos sociais se uniram para repudiar esse processo e conclamaram a fortalecer as mobilizações e a construção de alternativas em todo o mundo, no sentido de obter uma transformação profunda do atual modelo de produção e consumo. Através da articulação social, foi-se construindo a Cúpula do Povos, que acontecerá entre 15 e 23 de junho no Rio de Janeiro, no bairro do Flamengo – paralelamente à conferência oficial da ONU, a Rio+20.
A Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental não é apenas um evento organizado pela sociedade civil global; ela aspira a ser um processo histórico de acumulação e convergência das lutas locais, regionais e mundiais, uma oportunidade para fazer frente aos graves problemas que enfrenta a humanidade e demonstrar o poder político do povo organizado, tendo como marco político a luta anticapitalista, classista e antirracista, antipatriarcal e anti-homofóbica.
Em http://www.cupuladospovos.org.br/, o convite está aberto para se somar e conhecer as iniciativas, o calendário de atividades, os documentos e propostas que vão surgindo. Também é possível seguir pelo twitter, em @cupuladospovos.