Em 3 de fevereiro de 2013, em torno das quatro da manhã, 12 pelotões da polícia entraram nos povoados de Govindpur e Nuagaon, no distrito Jagatsinghpur, Orissa (atual Odisha) e começaram a bater em mulheres e crianças que dormiam, ferindo muitas delas gravemente e prendendo pessoas de forma aleatória. Estão demolindo as vinhas betel na região – o meio de subsistência local tradicional e um dos mais viáveis.
Os moradores de Govindpur e Nuagaon estão protestando contra um projeto que tem enfrentado forte resistência nos últimos oito anos. Um movimento local resiliente levado a cabo por um grupo de povoados muito determinados, incluindo Govindpur e Nuagaon, tem resistido à aquisição forçada e ilegal de suas terras para o estabelecimento de um projeto de siderurgia, porto e infraestrutura auxiliar promovido pela siderúrgica transnacional POSCO, com sede na Coreia do Sul, no distrito de Jagatsunghpur, província indiana oriental de Orissa, em uma área que inclui 6.000 hectares de florestas imaculadas, terras agrícolas e economia costeira. (Ver Boletim 155 do WRM)
Nesta fase, houve muitos altos e vários baixos. Aconteceram mudanças de poder constantes, com os mais altos cargos do governo da Índia intervindo para que homens e máquinas da Posco pudessem ter acesso ao local destinado ao projeto.
Devido a anos de protesto e outros atrasos, o primeiro conjunto de licenças ambientais para a POSCO, concedido em 2007, caducou em 2012. Elas valiam por apenas cinco anos. Durante esse tempo, a resistência local, a solidariedade e a falta do conjunto final de licenças relativas a outras leis relevantes desautorizou a POSCO a iniciar as operações. Houve iniciativas de forçar a entrada na área, confrontos locais, episódios em que os funcionários da empresa foram impedidos de entrar, prisões de manifestantes e assim por diante.
Agora, o Estado avançou para tomar posse da terra à força, desconsiderando os direitos constitucionais do povo e em grave violação da Lei de Direitos Florestais de 2006.
O All India Forum of Forest Movements (AIFFM) condena fortemente esse ataque brutal às pessoas que estão resistindo pacificamente à aquisição forçada de suas terras e exige que a polícia imediatamente se retire da área e libere as pessoas que foram detidas ilegalmente.
Artigo baseado em informações enviadas pelo secretariado do All India Forum of Forest Movements (AIFFM), e-mail: aiffmsecretariat@gmail.com: “POSCO isn’t a closed chapter”, de KanchiKohli; “Demolishing democracy: An Oppressive State violates its own rules”, AIFFM Statementcondemning State Violenceagainst Villagers in Orissa, India protesting against South Korean TNC promoted POSCO Project