Recentemente, cerca de quarenta professores e estudantes universitários e dirigentes de ONGs que trabalham com as comunidades no nível local (por mais informação, ver http://www.nnfp.org e http://www.ncfc.org) reuniram-se durante quatro dias na Federação de Cooperativas do Sul (Federation of Southern Cooperatives, http://www.fsclaf.org), em Epes, no estado do Alabama, Estados Unidos, para discutir as tendências do manejo florestal comunitário e o manejo comunitário de ecossistemas nos Estados Unidos. Esse encontro anual é pedra fundamental para o Programa de Bolsas de Estudo para Pesquisa em Manejo Florestal Comunitário, destinado a estudantes universitários que trabalham com manejo florestal comunitário nos Estados Unidos, com o apóio da Fundação Ford ( http://www.cnr.berkeley.edu/community_forestry ).
Entre outros requisitos, o programa exige dos bolsistas em potencial, em suas respectivas áreas de estudo, uma relação de parceria com as organizações comunitárias locais. Esse requisito visa concretizar um princípio básico do programa: o papel fundamental da Pesquisa Ação Participativa (PAP) na geração de mudanças sociais, ao assumir uma pesquisa sobre manejo florestal comunitário realizada em parceria (através do Google, digitando "pesquisa ação participativa", você poderá aceder a muitos sítios web de utilidade que tratam da questão).
Os projetos dos bolsistas são uma referência para toda discussão e cooperação com o manejo florestal comunitário. As pesquisas deste ano tratam dos quatro tipos de terra em que pode e deve ser implementado o manejo florestal comunitário nos Estados Unidos (terras públicas administradas pelo Estado, terras privadas, terras nativas e territórios urbanos). Os temas também cobrem um centro regional representativo dos temas de manejo florestal comunitário nos Estados Unidos.
Os temas deste ano ilustram a multiplicidade de aspectos envolvidos no manejo florestal comunitário. Especialmente interessantes são os projetos que tratam da relação entre os diversos grupos étnicos, a situação dos safreiros e a falta de visibilidade de algumas comunidades. Um segundo tema abordado é a relação existente entre pobreza e exploração industrial das florestas, relação resumida pelo professor participante na seguinte pergunta: Por que as árvores geram pobreza? Três estudos versaram explicitamente sobre redes sociais e acesso aos recursos e seu manejo. E, na linha de pesquisa "Novos Rumos", foram apresentados dois trabalhos em que se demonstra que a ciência praticada rigorosamente pode servir ao movimento social, o qual, desde sempre, é o ponto de partida do manejo florestal comunitário e das mudanças sociais. Mulher, saúde e o acesso aos recursos, e a necessidade de lançar mão da história para entender o manejo florestal comunitário, foram outros temas apresentados.
As análises e apresentações dos estudantes e seus parceiros da comunidade forneceram o marco para debates mais amplos. Na oficina, que durou quatro dias, os temas recorrentes incluíam: a questão do poder; o acesso e controle, por parte das múltiplas partes envolvidas, no contexto de uma política de boa gestão ambiental; a relevância do lugar; a questão da identidade e do acesso (quem está no lugar certo e quem não está no seu lugar); as origens das fronteiras e a desconfiança; e, novamente, a relação entre os diversos grupos étnicos e as comunidades invisíveis.
O Programa de Bolsas de Estudo para Pesquisa em Manejo Florestal Comunitário continua sendo um estalão para a crescente rede de pessoas, autoridades, analistas e pesquisadores que trabalham com manejo florestal comunitário nos Estados Unidos. Por mais informação, convidamos o leitor a visitar os sítios web acima mencionados e a entrar em contato com o autor do presente artigo (jeisom@earthlink.net ). Também pode contatar o Dr. Carl Wilmsen, diretor do Programa de Bolsas de Estudo para Pesquisa em Manejo Florestal Comunitário (cffellow@nature.berkeley.edu ).
Por: John Isom, University of Wisconsin-Madison; correio eletrônico: jeisom@earthlink.net