Okomu Oil Palm Plc, Dangote Group e United Food Industries Ltd, representando o Salim Group, da Indonésia, vão se beneficiar de planos que o governo do estado de Edo tem de alocar 410 mil hectares de terras florestais pertencentes a comunidades, a fim de estabelecer plantações de monoculturas em grande escala. Apenas 30.000 ficarão para os mais de 170.000 agricultores locais nas comunidades que obtêm seu sustento de terras e recursos florestais.
Em um comunicado emitido na cidade de Benin, A ERA/Amigos da Terra-Nigéria disse ser inaceitável que o governo do estado de Edo rejeite os proprietários originais que moraram toda a vida nas florestas e delas dependem para sua subsistência e celebre acordos com empresas para abrir caminho a grandes plantações monocultoras. O diretor-executivo da organização, Godwin Ojo, disse: “Esta feira de terras é simplesmente escandalosa e inaceitável. Não vamos ficar sentados assistindo às concessões florestais, incluindo reservas e terras comunais, serem tomadas por empresas transnacionais, com o consentimento do governo do estado de Edo. Já dissemos, muitas vezes, que as plantações são as principais causas de desmatamento e perda da biodiversidade”.
Ojo explicou que os acontecimentos são ainda mais preocupantes quando vistos do ponto de vista de que as terras são distribuídas com abandono imprudente, para o cultivo de plantações sem o devido processo nem o consentimento livre, prévio e informado dos homens, mulheres e crianças das comunidades que dependem das florestas e de seus recursos para sobreviver.
Ele revelou que, em comunidades limítrofes da Reserva Florestal Iguobazuwa, onde a gigante francesa das plantações de seringueira Michelin está operando e aparece como Rubber Estates Nigeria Limited (RENL), há casos de abusos aos direitos humanos, como expulsão forçada, servidão, fome, entre outros. Ele também apontou que outros atores da concentração corporativa de terras no estado de Edo são: PRESCO PLC, na área de governo local Ikpoba Okha, do estado, e Okomu Pal Oil Company PLC, em Udo, na área de governo local Ovia Sudoeste do estado de Edo, no chamado sul-sul da Nigéria.
A ERA/Amigos da Terra-Nigéria exige que o governo do estado “dê um basta ao plano”.
Ver nota à imprensa da ERA/Amigos da Terra-Nigéria em http://www.farmlandgrab.org/post/view/23364-stop-corporate-land-bazaar-in-edo-state-era-foen-cautions