A cada quatro anos, milhões de pessoas do mundo inteiro tornam-se repentinamente fanáticos pelo futebol. Muitos de nós sabemos que o organizador – a FIFA- é uma enorme e corrupta máquina de fazer dinheiro. Também sabemos que o futebol é um grande negócio para um enorme número de corporações transnacionais altamente destrutivas. E ainda sabemos que os jogadores de futebol, na maioria das vezes, são nada mais do que gladiadores modernos vendidos como mercadorias no mercado da FIFA.
Nro 155 – Junho 2010
NOSSO PONTO DE VISTA
COMUNIDADES E FLORESTAS
-
29 Junho 2010Atualmente, a iniciativa de Redução de Emissões do Desflorestamento e Degradação Florestal (REDD) é um conjunto de propostas e alguns programas piloto. No entanto, está sendo fortemente impulsionada e a uma velocidade impressionante tanto dentro quanto fora das Nações Unidas com o intuito de incluir a captura de carbono por uma floresta na variedade de mecanismos para licenças e compensações de carbono. Durante os últimos dois anos, têm proliferado propostas e planos nacionais para os projetos REDD envolvendo governos, organizações multilaterais, grandes ONGs e corporações. O Banco Mundial e governos do Norte como a Noruega, Austrália e Grã Bretanha criaram um significativo fundo de cerca de $800 milhões para financiar os projetos REDD.
-
29 Junho 2010Em 14 e 15 de maio passados, celebrou-se em Madri, Espanha, a III Sessão do Tribunal Permanente dos Povos, uma atividade promovida pela Rede Birregional Europa-América Latina e o Caribe "Enlaçando Alternativas". A rede, criada em 2004 é uma resposta ás medidas neoliberais da política comercial da União Européia (UE) em sua busca por garantir o maior acesso possível de suas transnacionais aos mercados latino-americanos e caribenhos. A rede também vai em apoio das resistências populares latino-americanas e européias perante o avanço da expansão comercial européia.
-
29 Junho 2010Como já tínhamos informado em outubro de 2009, tanto na Índia quanto no Uruguai, a empresa siderúrgica coreana POSCO ganhou a possibilidade de ocupar territórios prezados para os moradores desses países.
-
29 Junho 2010Somos testemunhas de um processo global de expansão dos agronegócios e de apropriação de terras no Sul. Através de arrendamentos, concessões, inclusive compras, as corporações estrangeiras tomam conta de vastas áreas de terras agrícolas durante longos períodos para produzir alimentos básicos ou agrocombustíveis para a exportação. Estima-se que cerca de 1.000 grupos investidores apontam para mais de 50 países na Ásia, Oceania, África e América Latina (1). Para que isso aconteça, são movidas grandes quantidades de dinheiro, acordos comerciais são fechados e são necessárias emendas legais para criar a infra-estrutura que permita a apropriação privada de terras que em muitos países do Sul ainda estão manejadas pelas comunidades através de seus sistemas tradicionais.
COMUNIDADES E MONOCULTURAS DE ÁRVORES
-
29 Junho 2010Depois de o industrial francês Vincent Bolloré ter movido duas demandas contra a Rádio France, referidas em particular às plantações da Socopalm (Société Camerounaise de Palmeraies), a fotógrafa Isabelle Alexandra Ricq e o pesquisador Julien-François Gerber retomaram ponto por ponto as dez mentiras que costumam usar os defensores do empresário.
-
29 Junho 2010Nos últimos anos, o Uruguai ficou conhecido em nível internacional pelo extenso conflito com a Argentina decorrente dos projetos de instalação de duas mega fábricas de celulose, sendo uma propriedade da finlandesa Botnia e a outra da espanhola Ence.
-
29 Junho 2010As plantações da Forestal Valdivia S.A., que pertence ao grupo ARAUCO, não apenas contam com a certificação CERTFOR Chile (avalizada pelo selo internacional PEFC), como também com a certificação FSC de Cadeia de Custódia (SGS-COC-005376). De acordo com o expressado no site do CERTFOR, “Este padrão permite que os possuidores de florestas [leia plantações] demonstrem que o manejo aplicado cumpre com os requisitos de desempenho social, econômico e ambiental que os stakeholders (partes interessadas) relevantes demandam”. O selo FSC garante por sua vez “o manejo ambientalmente adequado, socialmente benéfico e economicamente viável das florestas” [incluindo plantações].
EUROPA GLOBAL E SEUS TRATADOS DE "LIVRE" COMÉRCIO
-
29 Junho 2010Um conjunto de organizações sociais latino-americanas (1) reuniram-se em Montevidéu para analisarem os Tratados de Livre Comércio (TLC) que a União Européia (UE) assinou em maio com a América Central, Colômbia e Peru. Tais TLC não só constituem uma grave ameaça para a soberania alimentar dos povos, as florestas e os principais ecossistemas da região- por exemplo, a pescaria artesanal-, como também irão agravar a mudança climática. As organizações alertaram que os países do Mercosul (2) correm os mesmos riscos após a decisão de reiniciar suas negociações com a UE em finais de junho. Esses TLC fazem parte da estratégia denominada “Europa Global”, implementada pela EU desde 2006 para fortalecer suas grandes corporações transnacionais no mundo todo.
COMÉRCIO DE CARBONO
-
29 Junho 2010Patrick Birley, o diretor executivo da European Climate Exchange (Bolsa européia do clima), sabe algumas coisas sobre o mercado do carbono. Ele deveria saber. Ele alega que aproximadamente 95 por cento de todo o carbono comercializado no mundo é comercializado através de sua bolsa. Portanto, quando ele fala sobre os mercados de carbono, faríamos bem em escutá-lo Eis aqui o que ele tem a dizer sobre o mercado de carbono: “Não reduz nem uma tonelada de carbono liberada na atmosfera. Não tem nada a fazer com isso. Trata-se do limite máximo. O limite máximo é o mecanismo que produz um volume menor no longo prazo do carbono que vai para a atmosfera.”