A luta das mulheres em todo o mundo é cotidiana. No entanto, o Dia Internacional da Mulher se constitui, desde o século XX, como um momento singular dessa luta. Mulheres de todos os continentes, sejam elas urbanas, camponesas, indígenas, negras, lésbicas, entre tantas outras, marcam essa data nas ruas, levantando suas bandeiras, que são inúmeras, contra as chamadas desigualdades de gênero, que ocorrem em âmbito local e global.
Nro 176 - Março 2012
Mulheres em resistência
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O TEMA CENTRAL DESTA EDIÇÃO: MULHERES EM RESISTÊNCIA
A “Economia Verde” é um conceito que vem ganhando força especialmente por ser o foco da próxima Cimeira da Terra Rio+20, das Nações Unidas. Se bem é apresentado com uma roupagem “ecológica”, não propõe nenhuma das mudanças estruturais necessárias para reverter os problemas ambientais e sociais. Pelo contrário, abre novos nichos de negócio para os grandes capitais financeiros circularem. Trata-se, em definitivo, da mesma economia lucrativa que tem gerado a crise atual. Um grande número de movimentos e organizações sociais está em alerta e resistem a este avanço. Nesta edição correspondente ao mês em que é celebrado o Dia Internacional das Mulheres, salientamos o papel que as mulheres têm nesse processo de resistência.Boletim WRM
176
Março 2012
NOSSO PONTO DE VISTA
MULHERES EM ALERTA CONTRA OS NEGÓCIOS, COMO SEMPRE VESTIDOS DE VERDE
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30 Março 2012Camponeses e camponesas do Vale do Aguán, Honduras, sofrem uma violenta repressão depois de terem realizado ações organizadas para reaver suas terras, que lhes haviam sido entregues como parte de uma reforma agrária truncada no início da década de setenta. A Lei de Reforma Agrária aprovada em 1972 colonizou uma região que até o momento não estava destinada à produção agrícola: o Baixo Aguán. Nesse momento, começa a ser preparada a expansão das monoculturas de dendezeiros na região, destinadas, no começo, à indústria cosmética e gastronômica e, atualmente, promovida também para agrocombustíveis.
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30 Março 2012O negócio se veste de verde A humanidade transita por velhas trilhas com roupagens novas. O atual modelo civilizatório, que se apresenta como hegemônico, mas que na realidade reflete os interesses de uma minoria, está levando o planeta a seus limites, o que se evidencia pelas múltiplas crises.
POVOS EM AÇÃO
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30 Março 2012O artigo “Serviços ambientais e sua proposta de mercantilização e financeirização da natureza: Florestas, monoculturas de árvores e a ‘economia verde'”, publicado no Boletim Nº175 do WRM, motivou uma reclamação da ONG Forest Trends. Tal queixa dizia respeito à informação fornecida no citado artigo quanto à falta de participação popular na aprovação de uma lei que promove o comércio dos serviços ambientais no Acre, Brasil.
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30 Março 2012No dia 14 de março, Dia Internacional de Ação pelos Rios e contra as Barragens, inúmeras vozes se ergueram contra projetos hídricos destruidores- como a construção de barragens-, reclamam pela saúde das bacias e exigem o manejo equitativo e sustentável dos rios. Ao longo dos anos, a organização internacional Rivers Network (IRN) tem convocado para uma ação global de luta. Neste ano, o IRN fez públicas as mais de 120 ações planejadas em mais de 45 países: “desde festivais, coletivas de imprensa, atividades em caiaque, limpeza de rios e protestos até reuniões religiosas, lançamentos de campanhas contra represas hidrelétricas e mais”. É possível acessar um mapa destas ações no site do IRN:
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30 Março 2012Várias organizações sociais de diversos cantos do mundo assinaram e publicaram o documento “Carbon markets will not deliver for Southern governments, forests and people” (Os mercados de carbono não beneficiarão os governos do Sul, as florestas nem as pessoas), em que alertavam aos governos do Sul que não devem ter expectativas em um mercado mundial de carbono que inclua créditos de carbono das florestas ou créditos REDD. Os principais motivos que apresentam para essa afirmação é que o Regime de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia (EU ETS)- o maior mercado de carbono- não incluirá as florestas, no mínimo até 2020, e que os créditos de carbono em sua qualidade de “commodity” têm mostrado um desempenho péssimo.
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30 Março 2012Uma ampla coalizão de organizações do mundo todo lançou a primeira declaração da sociedade civil mundial com a formulação dos princípios que devem ser adotados para proteger a saúde pública e o ambiente contra os riscos decorrentes da biologia sintética e para abordar seus perigos econômicos, sociais e éticos. Enquanto não forem aplicados esses princípios regentes, a coalizão reclama uma moratória à liberação e ao uso comercial de organismos e produtos sintéticos em função dos perigos que implica essa “engenharia genética extrema”, que escreve o código genético para criar genes, rasgos genéticos e possivelmente formas de vida totalmente novos.