Quando pensamos nos países que vão do sul do México ao Panamá, estamos acostumados a falar da América Central. Isto é, em nosso imaginário, usaríamos esse nome para situar o território que se encontra entre a região Sul e a região Norte do continente americano. No entanto, as histórias, culturas, economias e políticas dessa região contam uma história diferente e nos obrigam a refletir para além de seus limites e definições.
Boletim Nro 226 – Setembro / Outubro 2016
“América Média”: povos resistindo contra um passado colonial que perdura, com imposição e violência
Boletim WRM
226
Setembro / Outubro 2016
NOSSO PONTO DE VISTA
POVOS DA “AMÉRICA MÉDIA” LUTANDO POR SEUS TERRITÓRIOS E CONTRA TODAS AS FORMAS DE OPRESSÃO
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21 Outubro 2016Uma guerra declarada contra o direito dos povos a decidir e viver
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20 Outubro 2016Aspectos históricos, ambientais, trabalhistas e econômicos estão presentes no fenômeno da expansão das plantações de monoculturas de dendê na América Central. Estratégias de produção terceirizada, isenções fiscais, apoio a acordos de livre comércio, concentração de subsídios estatais e estratégias de responsabilidade corporativa são comuns nas empresas de dendê. Há até coincidência entre programas experimentais e planos-piloto, como foi o caso dos anos 50 e 60, no Vale do Aguán, em Honduras, e do Oceano Pacífico, na Costa Rica.
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20 Outubro 2016O dendê chegou há mais de 30 anos aos municípios costeiros de Tiquisate e Nueva Concepción, cujos limites territoriais são definidos pelo rio Madre Vieja, que nasce na parte alta das montanhas de Quiche e Chimaltenango. De acordo com testemunhos locais, junto com o dendê, outros problemas também chegaram à região. “O dendê começou a desviar o rio para as plantações”, diz seu Juan, um dos líderes de mais idade do movimento. É comum ouvir as pessoas dizerem que, há mais de 15 anos, na estação seca, o rio chegava ao mar. “O rio era um rio de areia, podíamos caminhar de um lado a outro. Nós não tínhamos pesca, o rio não chegava ao mangue”, disse o agricultor Fredy A..
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20 Outubro 2016“Na constituição desta pequena e marítima república de bananas, havia uma parte esquecida.” Cabbages and Kings (Repolhos e Reis), O. Henry
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20 Outubro 2016Movimiento M4* Não resta dúvida de que a aplicação do modelo extrativista como opção de “desenvolvimento” por parte dos países contraria os esforços existentes em nível global e regional para reduzir os efeitos da crise climática. Com cinismo e engano, violam-se tratados e a maioria das convenções internacionais mais elementares, com as quais se pretende fazer um mínimo para frear a destruição do meio ambiente e da diversidade biológica.
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20 Outubro 2016O município de Rancho Grande, no norte da Nicarágua, enfrenta a instalação de um projeto de mineração de ouro a céu aberto pela empresa canadense B2Gold. Com mais de 80% da população se posicionando de forma contrária, o Movimento Guardiães de Yaoska, formado por mulheres e homens das comunidades, liderou as ações de protesto e denúncia que paralisaram o projeto. A ameaça ainda está presente, uma vez que existem outras sete concessões à empresa no município.
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20 Outubro 2016Não são invasores; eles deram nome a este território Foram as comunidades indígenas maias qeqchis que deram a este mágico lugar de floresta o nome de “Semuc Champey”, que se traduz como “o rio que se esconde na montanha”. Esse também é o nome registrado pelo Conselho Nacional de Áreas Protegidas (Conap), sem consulta às comunidades que habitaram e cuidaram da terra, muito antes do nascimento do conceito de áreas protegidas, e antes de ser declarada, em 2005, na categoria de Monumento Natural.
ARMADILHAS E ENGANOS QUE PROMOVEM A CONCENTRAÇÃO DE TERRAS
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21 Outubro 2016Este texto pretende ser um esforço inicial para entender a dinâmica de elaboração e implementação do REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), explorando padrões ou semelhanças em cada um dos países da América Central, bem como o papel de várias agências de cooperação e organizações não governamentais internacionais. O REDD+ é promovido na região principalmente por instituições multilaterais, como o Banco Mundial, agências de cooperação de países do Norte e ONGs internacionais, como mecanismo crucial na luta contra o desmatamento e a mudança climática. No entanto, a implementação revela uma realidade diferente.
ALERTAS DE AÇÃO
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21 Outubro 2016Dez anos depois do início da construção da hidrelétrica de Barro Blanco, no oeste do Panamá, membros da comarca indígena de NgäbeBuglé continuam expressando sua rejeição ao projeto. Enquanto o governo panamenho garante que ele trará desenvolvimento à comunidade, os membros da comarca sustentam que essa hidrelétrica causa poluição ambiental. Leia uma nota sobre essa nova rejeição, em espanhol: https://www.servindi.org/actualidad-noticias/29/09/2016/panama-el-conflicto-historico-de-barro-blanco
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