A crise ambiental, climática e social é uma realidade vivida por muitas pessoas, há muito tempo. Porém, em vez de reconhecer sua contribuição a essa crise, empresas e seus aliados usam a pandemia para ampliar seus esforços pela expansão das Áreas Protegidas.
Boletin 249 - Março / Abril 2020
Áreas protegidas alimentando o lucro empresarial e a destruição.
Este Boletim tem artigos escritos por as seguintes organizações e indivíduos: Survival International; Federação de Usuários de Florestas Comunitárias, Nepal (FECOFUN); Centro de Acompanhamento dos Autóctones Pigmeus e Minorias Vulneráveis, RDC (CAMV); uma ativista do Brasil; Fórum pelos Direitos das Mulheres Agricultoras, Índia (MAKAAM); Missão Tabita, Mozambique; e membros do Secretariado Internacional do WRM.
Boletim WRM
249
Março / Abril 2020
NOSSO PONTO DE VISTA
ÁREAS PROTEGIDAS ALIMENTANDO O LUCRO EMPRESARIAL E A DESTRUIÇÃO
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14 Maio 2020O plano da indústria de conservação para dobrar o tamanho das Áreas Protegidas (APs) seria a solução para a perda de biodiversidade, as mudanças climáticas e, agora, até para a COVID-19! Mas as APs não resolvam nada disso.
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14 Maio 2020Quando a região de Chure foi declarada Área Protegida, os direitos de milhares de Grupos Comunitários que dependem da Floresta foram comprometidos. Esses grupos continuam resistindo, apesar da violência geral e do projeto do Fundo Verde para o Clima.
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14 Maio 2020Ribeirinhos batwa, exasperados pela pobreza extrema que resultou de seu despejo para estabelecer o Parque Nacional de Kahuzi Biega, decidiu voltar às suas florestas ancestrais. Desde então, enfrentam regularmente os “ecoguardas”.
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14 Maio 2020Em 2004, as ONGs de conservação e o Ministério das Florestas foram pioneiros em um modelo chamado Concessões para Restauração de Ecossistemas. Este artigo analisa mais de perto esse modelo no contexto de novas e antigas ameaças às florestas. (Disponível em indonésio).
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14 Maio 2020Uma tática fundamental para o gigante de celulose que continue expandindo suas plantações de eucalipto no Brasil, é se vender como uma empresa que pratica “conservação” e “restauração”, ocultando seu histórico desastroso de impactos sobre florestas e populações.
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14 Maio 2020As interdependências que ocorrem dentro e entre comunidades das florestas – em vez dos discursos masculinos de conquista – ajudam a esclarecer suas práticas de conservação. Em essas interdependências estão as histórias das mulheres.
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14 Maio 2020Os indígenas ngäbe-buglés tiveram que suportar repressão brutal para enfrentar o ataque a seus territórios. Eles conseguiram que o governo do Panamá proibisse a mineração em sua região, bem como as usinas hidrelétricas. Mas outro ataque forte veio de ONGs conservacionistas.
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14 Maio 2020A Missão Tabita e o WRM receberam cartas da empresa de plantações Portucel e da organização ORAM em resposta a um artigo publicado no boletim do WRM, alegadamente por conter inverdades. No entanto, nem a Portucel e nem a ORAM conseguiram demonstrar que as informações publicadas não constituem verdade.
RECOMENDADOS
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13 Maio 2020Organizações da sociedade civil receberam com satisfação um relatório do Comitê Técnico criado pelo governo da Serra Leoa para analisar uma disputa jurídica entre a multinacional Socfin e as comunidades afetadas pelas plantações de dendezeiros da empresa na Chefia de Malen, em Serra Leoa. A finalização do relatório conclui a fase investigativa do processo de solução de conflitos referente à disputa de terras entre as duas partes, e é um passo importante para encontrar uma solução para esse conflito antigo. Leia mais em inglês e francês.
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13 Maio 2020Diferentes movimentos, organizações e redes nacionais e internacionais condenam e denunciam vigorosamente os assassinatos sistemáticos e seletivos de camaradas de organizações rurais e urbanas na Colômbia, sem que o governo ou instituições multilaterais tenham acompanhado de forma responsável os assassinatos e massacres. Desde 6 de março, quando foi relatado o primeiro caso de COVID-19 na Colômbia, mais de vinte líderes sociais foram assassinados. Manifestamos nossa solidariedade e exigimos justiça para todos os camaradas de várias organizações de povos colombianos. Além das mortes, existem ameaças e ataques constantes contra os sindicatos e os líderes dos povos em todas as regiões desse país sul-americano.
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13 Maio 2020No artigo de abertura do boletim da Focus on the Global South, Shalmali Guttal alerta para a forma como os lockdowns no Paquistão, na Índia, na Tailândia, no Vietnã, no Camboja, em Mianmar e nas Filipinas deixaram milhões de trabalhadores informais, agrícolas e migrantes, vendedores ambulantes, e trabalhadores do entretenimento e do turismo sem renda, moradia, alimentos e cuidados de saúde, e impediram que agricultores, pescadores e pastores realizassem atividades fundamentais para a produção de alimentos. Ela também alerta sobre um dos maiores perigos das medidas de emergência que deveriam proteger as pessoas em circunstâncias excepcionais, como essa pandemia: elas podem persistir indefinidamente.
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13 Maio 2020A rede de mulheres africanas contra a extração de recursos minerais (WOMIN) compilou informações úteis para ativistas, diante das medidas contra a pandemia. A compilação reúne informações básicas de saúde, ferramentas para ajudar a organizar o trabalho (formas de acessar assistência jurídica, cuidar da comunidade em uma crise, organizar reuniões e oficinas pela internet), bem como leituras para aprofundar análises e pesquisas, principalmente sob a perspectiva do ecofeminismo, da justiça de gênero e da análise radical, e com um esforço consciente para examinar contribuições africanas dos movimentos e dos ativistas para esse debate crescente.
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13 Maio 2020No campo de Maila Sabrina, foram plantadas 500 árvores nativas e 500 árvores frutíferas, durante o encerramento do Curso de Formação dos Coletivos Pedagógicos das Escolas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná. A ação faz parte do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, lançado pelo MST no final de 2019, com o objetivo de plantar 100 milhões de árvores em todo o Brasil, ao longo de 10 anos. O ato místico e político de plantar árvores denunciou a lógica perversa e destrutiva do agronegócio e do mercado de mineração.