Os Povos Indígenas atingiram uma importante vitória junto às Nações Unidas. Após mais de 20 anos de negociações, no dia 13 de setembro a Assembléia Geral das Nações Unidas adotou finalmente a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
A votação acabou com uma esmagadora maioria de 143, e é importante identificar- e desonrar- os governos dos únicos quatro países que votaram contra: Austrália, Canadá, Nova Zelândia e os Estados Unidos. Esses governos, que fingem ser promotores dos direitos humanos no mundo todo, têm mostrado assim que não estão dispostos nem sequer a reconhecer os direitos dos povos indígenas de seus próprios países.
Boletim Nro 122 - Setembro 2007
NOSSO PONTO DE VISTA
BRASIL: VITÓRIA HISTÓRICA DOS POVOS INDÍGENAS
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17 Setembro 2007Introdução No dia 27 de agosto de 2007 o Ministro da Justiça, Tarso Genro, assinou as portarias de delimitação das Terras Indígenas Tupinikim (14.227 ha) e Comboios (3.800 ha), totalizando 18.227 ha. Pelas portarias, o governo brasileiro reconhece que as terras são tradicionalmente ocupadas pelos Tupinikim e Guarani e que nos últimos 40 anos estavam ocupadas ilegalmente pela Aracruz Celulose.
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17 Setembro 2007-Werá Kwarai Djagwareté, coordenador da Comissão de Caciques Tupinikim e Guarani, declarou emocionado quando festejavam o reconhecimento das terras indígenas: “Há dois anos atrás nos reunimos aqui mesmo, nessa aldeia Pau Brasil para festejar o final dos trabalhos da auto demarcação de nossas terras. Naquele dia o povo bateu tambores, cantou,dançou e comeu...Hoje de novo estamos aqui, na aldeia Pau Brasil, comendo, dançando, cantando e batendo tambores, agora para comemorar a confirmação pelo governo brasileiro de que a terra pela qual tanto lutamos, durante mais de 30 anos, nos pertence de fato, e de direito.”
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17 Setembro 2007Se a luta pelos 11.009 hectares de terras indígenas dos Tupiniquins e Guaranis, em mãos da maior exportadora de celulose de eucalipto do mundo, a Aracruz Celulose, já tem sido um grande desafio, a re-ocupação deste território e a reconversão do eucalipto existente na área para um outro uso da terra talvez sejam desafios ainda maiores. Nos últimos 40 anos, mais de 90% da área tem sido ocupada e explorada pela monocultura de eucalipto, causando a degradação dos inúmeros córregos e rios na área, matando peixes e contaminando a pouca água que restou para os índios beberem, tomarem banho e lavarem roupas.
CONDIÇÕES DE TRABALHO E IMPACTOS NA SAÚDE EM PLANTAÇÕES DE ÁRVORES
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17 Setembro 2007Os estudos voltados para a segurança e a saúde dos trabalhadores das plantações florestais são escassos no mundo todo e geralmente o setor fica imerso no ítem mais amplo da indústria florestal, que abrange também as atividades de desmatamento e exploração madeireira na floresta. Contudo, um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a situação na indústria florestal, na série “Enciclopédia de Saúde e Segurança no Trabalho”, contribui com uma seqüência de dados importantes que vale a pena recopilar aqui, em uma tentativa de resgatar os relacionados com o setor que abordamos.
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17 Setembro 2007No Uruguai entramos no século XXI sendo testemunhas de uma transformação paisagística que se espalha em todas as direções. As plantações de eucaliptos e pinheiros parecem invadir todo tipo de terras. Essa transformação paisagística tem incidência direta em diversos aspectos sociais. A chegada de capitais investidos em empreendimentos florestais (fundamentalmente estrangeiros) e a imediata implantação de monoculturas constituiu a gênese de uma nova pirâmide de categorias sociais e trabalhistas. Empreiteiros, subempreiteiros e uma ampla base de trabalhadores florestais que, desde a etapa de combate às formigas e hibernáculos até a obtenção da madeira, têm intervindo com o sonho de um futuro melhor.
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17 Setembro 2007Desde meados da década de 1980 tem havido uma tendência mundial para a terceirização da mão- de- obra intensiva- no modelo de produção de madeira nas plantações. Na África do Sul, a indústria madeireira tem admitido abertamente que o principal motivo para substituir o emprego permanente com contratos terceirizados foi a redução dos custos. Isso acarretou várias conseqüências negativas para os trabalhadores das plantações e suas famílias: perda de garantia de emprego, junto com todos os benefícios próprios do emprego permanente direto- programas de assistência médica, seguro, pensão, moradia, bolsas educacionais, e oportunidades de treinamento interno e de desenvolvimento de carreira.
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17 Setembro 2007Um artigo de Jennifer Mourin, subdiretora executiva do escritório regional da Pesticide Action Network para Ásia e o Pacífico (PAN AP) fez referência a uma situação quase única no setor do dendezeiro da Malásia: “Rajam trabalhou como aplicadora de pesticida em uma propriedade, recebendo uma diária de RM18 . O pesticida principal que ela borrifou era paraquat. Ela não foi fornecida de qualquer roupa de proteção como botas, máscara, luvas, óculos ou avental
ÁRVORES GM NA CERTIFICAÇÃO FSC
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17 Setembro 2007Há três anos, como resposta de um artigo que escrevi a respeito do envolvimento da indústria celulósica na pesquisa de árvores geneticamente modificadas, recebi um correio eletrônico da Secretaria do FSC em Oaxaca, México. O e-mail dizia “Assumo que você está ciente que o único programa de certificação florestal que se posiciona claramente contra as árvores GM é o programa do FSC, e que essa questão é particularmente relevante para as grandes empresas plantadoras que têm os recursos para investir nesse tipo de pesquisa e desenvolvimento.” E continuava: Sem o FSC, os ativistas que se opõem ao desenvolvimento das árvores GM deixariam de “procurar outros meios práticos de evitar o uso das árvores GM.” Mas, o FSC tem mesmo “uma clara posição contra as árvores GM”?