No mês de maio de 2002, um grupo de participantes na 4a Reunião Preliminar da Cúspide Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (CMDS), de Joanesburgo, resolveu se unir em torno a um objetivo comum, para influir nos delegados governamentais quanto à necessidade de reconhecer o manejo comunitário e indígena das florestas, como instrumento viável para mitigar a pobreza e conservar o meio ambiente do planeta. Poucos dias depois de formado o grupo- e apesar das advertências de que seus esforços teriam chegado tarde demais-, eles conseguiram garantir esse reconhecimento, num texto que estava sendo negociado pelos delegados. Assim surgiu o Caucus para o Manejo Florestal Comunitário.
Atualmente formado por mais de 200 membros de mais de 30 países, meses depois, o Caucus voltou a realizar várias reuniões e numerosas atividades na Cúspide de Joanesburgo. Os rumores sobre a capacidade do Caucus espalharam-se, e ele foi convidado a atuar como facilitador num fórum de florestas aberto, cujos resultados foram transmitidos formalmente à ONU. O Caucus também trabalhou na definição de estratégias para o futuro, visando, entre outras, as seguintes metas:
1) Incitar os governos nacionais e os órgãos internacionais a:
- promover políticas de bom manejo local e comunitário;
- realizar um maior esforço para garantir e legalizar a posse da terra;
- aumentar a participação comunitária na criação e aplicação de políticas;
- ampliar as oportunidades comerciais das comunidades da floresta e as atividades realizadas em pequena escala na floresta;
- fomentar a pesquisa em manejo florestal comunitário e ampliar sua divulgação;
- suspender e evitar programas que restrinjam o acesso dos moradores locais à floresta;
- aumentar os sistemas de monitoramento florestal e indicadores que permitam avaliar o desmatamento e a degradação.
2) Conseguir o reconhecimento nacional e internacional do manejo comunitário e indígena de florestas, como instrumento viável para o desenvolvimento sustentável.
3) Monitorar, garantir e avaliar o cumprimento de compromissos internacionais em matéria de manejo comunitário e indígena de florestas.
4) Garantir o apóio político, financeiro e técnico -e o respeito- dos órgãos e organizações internacionais e de governos nacionais.
5) Permitir que aqueles que aplicam o manejo florestal comunitário possam compartilhar seus conhecimentos e experiências, dando a eles um espaço importante nos debates internacionais, por exemplo, melhorando a participação da sociedade civil no Fórum das Nações Unidas sobre Florestas e na Associação para a Colaboração com as Florestas.
6) Servir como instrumento para governos, organizações e pessoas interessadas em apoiar o manejo florestal comunitário.
7) Apoiar pessoas e organizações que trabalham em áreas afins, inclusive (mas sem se limitar a isso), direito de terra, justiça ambiental e agricultura e pesca sustentáveis.
8) Trabalhar em parceria com outros grupos vinculados às florestas, como a Coalizão Mundial pelas Florestas (Global Forest Coalition) e o Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais (World Rainforest Movement), apoiando os colegas que trabalham em áreas afins, inclusive (mas sem se limitar a isso), direito de terra, justiça ambiental e agricultura e pesca sustentáveis.
Em sua última reunião, o Comitê resolveu criar os seguintes contatos temporários para os próximos 6-8 meses:
ÁSIA E PACÍFICO
- RECOFTC (Karen Edwards, correio eletrônico: okaren@ku.ac.th)
ÁFRICA
- Forest Action Network (Dominic Walubengo, correio eletrônico: dwalubengo@fanworld.org)
AMÉRICAS
- ACICAFOC (Alberto Chinchilla, correio eletrônico: oficinaregional@acicafoc.org)
- National Network of Forest Practitioners (Thomas Brendler, correio eletrônico: thomas@nnfp.org)
EUROPA (temporário)
- Global Forest Coalition (Miguel Lovera, correio eletrônico: lovera2@conexion.com.py)
APÓIO INTERNACIONAL
- World Rainforest Movement (Ricardo Carrere, correio eletrônico: wrm@wrm.org.uy)
Nos próximos meses, os membros do Caucus esperam unir esforços para apoiar o manejo comunitário e indígena de florestas no mundo todo, através de atividades que permitam compartilhar informação e capacidades técnicas, colaborar in loco e dar aos povos da floresta a possibilidade de participar, de forma significativa, na criação de políticas. Alguns membros do Caucus já começaram a trabalhar juntos em projetos de monitoramento comunitário, no desafio que representam as áreas sob proteção, e na organização de eventos para o Congresso Florestal Mundial que será realizado no próximo mês de setembro, no Quebec.
Para fazer parte do Caucus, basta enviar uma mensagem de correio eletrônico em branco a globalcbfm-subscribe@yahoogroups.com.
Uma vez que tiver ingressado, pode enviar ao grupo uma breve nota de apresentação.