Organizações de todo o mundo enviaram uma carta, no dia 5 de abril, às autoridades nacionais da Guatemala para solicitar o fim imediato da violência, da criminalização e dos abusos contra comunidades camponesas e indígenas por parte da empresa de óleo de dendê Industria Chiquibul, no município de Sayaxché, na região norte do país.
Ao mesmo tempo, as 115 organizações de 39 países expressaram seu apoio e sua solidariedade à comunidade maia Q’eqchi Santa Elena e exigiram que se interrompa o “falso processo de consulta e certificação internacional completamente irracional iniciado pela Industria Chiquibul junto à RSPO, a Mesa Redonda sobre Óleo de Palma (Dendê) Sustentável.
A carta foi dirigida à Presidência da República, aos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, às Comissões de Direitos Humanos e Meio Ambiente do Congresso da República, e ao Ministério Público. Ela lista uma série de eventos enfrentados pelas comunidades, entre eles: instalação ilegal de destacamento das forças de segurança da empresa, ameaças, intimidação com armas e criminalização em cumplicidade com a Polícia e o Sistema Judiciário, incluindo falsas acusações e prisões arbitrárias.
As organizações alertam para o fato de que, longe de serem acontecimentos isolados, a situação reflete um padrão de violência intrínseco à indústria do dendê. “Na última década, a empresa Industria Chiquibul (Unisource Group S.A.) acumulou um rastro de violações dos direitos das comunidades indígenas e camponesas, incluindo a apropriação ilegal de terras comunitárias em Aldea Carolina, a poluição do rio San Román, criminalização (...) violações de direitos trabalhistas e desmatamento”. Além disso, denunciam a violência sistemática que é exercida contra as mulheres cujos territórios foram invadidos ou cercados por plantações de dendezeiros.
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