Este artigo destaca as vozes de Justiça Ambiental! em Moçambique e WoMIN, uma aliança ecofeminista africana.
Transição para quê? As injustiças da economia de "baixo carbono" e da "energia verde" | Boletim 256 – Maio / Junho 2021
Transição para quê? As injustiças da economia de "baixo carbono" e da "energia verde"
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Este Boletim tem artigos escritos por as seguintes organizações e indivíduos: Justiça Ambiental! (JA!), Moçambique; a aliança ecofeminista africana WoMIN; Acción Ecológica, Equador; Instituto Terramar, Brasil; Salve a Selva; e membros do Secretariado Internacional do WRM em estreita colaboração com vários aliados nos diferentes países.
Boletim WRM
256
Maio / Junho 2021
TRANSIÇÃO PARA QUÊ? AS INJUSTIÇAS DA ECONOMIA DE "BAIXO CARBONO" E DA "ENERGIA VERDE"
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9 Julho 2021Os carros elétricos se tornaram o símbolo da economia de “baixo carbono”. Os impactos negativos dos minerais e metais extraídos para sua fabricação costumam ser minimizados, apesar das milhares de áreas de mineração e da infraestrutura prejudicial que vêm com o processo.
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9 Julho 2021A balsa é um importante insumo para os moinhos de vento, e o Equador é o maior exportador mundial dessa madeira. A invasão da China, da Europa e dos Estados Unidos por milhões de aerogeradores implica a derrubada de uma grande quantidade de árvores de balsa.
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9 Julho 2021A infraestrutura de energia renovável em escala industrial ressurgiu na agenda da “transição energética” e como parte dos planos de recuperação contra a pandemia. Aprodução do chamado “hidrogênio verde” a partir desses projetos acrescenta outra camada de injustiças.
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9 Julho 2021Nos modelos dominantes de produção e consumo de energia, a centralização da matriz energética e a concentração do poder decisório permanecem, e com todas suas marcas de desigualdades, do patriarcado e do racismo ambiental, mesmo quando mude a a fonte de energia.
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9 Julho 2021A chamada “economia digital” costuma ser promovida como se tivesse um impacto relativamente baixo sobre o meio ambiente e muito pouca necessidade de recursos materiais. Mas o que (e quem) está sendo ocultado por essas imagens de uma economia quase etérea e mais limpa?
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9 Julho 2021Os esquemas de certificação que buscam legitimar atividades prejudiciais ao meio ambiente e suas populações com termos como “sustentável” são uma tática de sobrevivência do capitalismo.
NOSSO PONTO DE VISTA
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9 Julho 2021Este boletim tem como objetivo refletir sobre a extração, a violência e a opressão relacionadas à chamada “transição” energética e sua camuflagem “verde”. Uma transição do quê? Para quê?
RECOMENDADOS
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9 Julho 2021Um relatório da organização London Mining Network destaca que o extrativismo é um processo militarizado: ele rompe ecossistemas e habitats de forma violenta. Ao fazer isso, desloca as comunidades que antes tinham conexões permanentes com a terra e depois as policia, aplicando várias táticas de contrainsurgência para manter a legitimidade extrativista. Da mesma forma, o militarismo é um processo extrativo, pois precisa de grandes quantidades de metais e minerais para inovar e reunir tecnologias mais mortíferas de controle e destruição. Além disso, alimenta a crise climática. O setor militar-industrial do Reino Unido tem uma pegada de carbono de pelo menos 11 milhões de toneladas por ano, em mais de 60 países, como Madagascar e Zâmbia.
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9 Julho 2021As empresas de combustíveis fósseis e grupos de interesse na Europa captaram dezenas de bilhões em dinheiro público dos pacotes de recuperação econômica da Covid-19. Além disso, grupos da campanha Fossil Free Politics alertam sobre o forte lobby da indústria de combustíveis fósseis para obter concessões em esquemas de energia prejudiciais ao clima em toda a Europa, incluindo gás, hidrogênio, captura e armazenamento de carbono (CCS), compensação de carbono.
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9 Julho 2021
Mais de 500 especialistas conclamam as nações do mundo a não queimar florestas para produzir energia
Em fevereiro de 2021, mais de 500 cientistas e economistas divulgaram uma carta pedindo a interrupção da queima de florestas para produzir energia em usinas de carvão mineral convertidas, bem como o fim dos subsídios que agora impulsionam a demanda explosiva por pellets de madeira. A queima de madeira para produzir eletricidade explodiu desde que a ONU classificou essa fonte de energia como “neutra em carbono”, o que permite que governos e empresas queimem madeira em vez de carvão mineral e não contabilizem as emissões, o que ajuda a cumprir suas metas climáticas. Só na União Europeia, quase 60% da energia renovável já vêm da biomassa de madeira, totalizando milhões de toneladas métricas de pellets queimadas anualmente. -
9 Julho 2021Um livro gratuito com 15 capítulos enfocando significados, agendas, bem como implicações locais e globais da bioeconomia e das políticas de bioenergia na América do Sul, na Ásia e na Europa, explora a forma como a “transição energética” representa um reforço e um desafio em termos de desigualdades socioecológicas. Diversas discussões conceituais e estudos de caso – da extração de conhecimento a exploração sexual e migração de mão de obra – esclarecem como a extração de biomassa de territórios agrícolas e florestais afeta as sociedades. Acesse o livro, em inglês, aqui