Artigos de boletim

O povo Ka’apor vive na região do Alto Turiaçu, no noroeste do estado do Maranhão, no Brasil. É o maior território indígena da Amazônia Oriental e a maior porção de floresta preservada daquela região. Empresas estrangeiras chegaram lá propondo projetos de REDD, causando conflitos e rejeição por parte da comunidade, que se organiza para resistir.
Nos últimos anos, uma das principais ameaças à Amazônia venezuelana e aos Povos Indígenas que a habitam é o garimpo, principalmente de ouro.
Quase 30 anos de negociações climáticas da ONU resultaram no estabelecimento de políticas e práticas que facilitam a expansão constante da economia baseada nos combustíveis fósseis (e seus lucros), ao mesmo tempo em que escondem os seus implacáveis impactos negativos sobre os territórios onde se expande.
O Presidente Jokowi chama o Parque Industrial de Kalimantan – Indonésia (KIPI, na sigla em inglês) de “a maior área industrial verde do mundo”, mas o KIPI não é nada disso. Ele demandará muito uso de combustíveis fósseis e apropriação de terras e água, ao mesmo tempo que ameaça milhares de pessoas nas comunidades costeiras com despejo forçado. (Disponível em indonésio)
Nos últimos dois anos, duplicaram-se as iniciativas de plantação de árvores destinadas aos mercados de carbono. Contudo, seja como grandes monoculturas, seja como projetos aparentemente bons para comunidades de base, as plantações de árvores para compensação de carbono não são uma solução para o caos climático nem benéficas para as comunidades rurais no Sul Global.
Projetos de compensação de carbono comprometem roças, o corte de árvores para subsistência, e outras práticas milenares praticadas por povos indígenas e comunidades tradicionais na Amazônia. Contratos promovidos por empresas minam as estratégias locais de cuidado e criatividade dos trabalhadores e trabalhadoras, subvalorizando ou mesmo negando-as por completo.
Uma compilação de artigos do Boletim do WRM expõe o papel prejudicial desempenhado pelas empresas e organizações envolvidas em esquemas de certificação. Depois de três décadas, está claro que a única “sustentabilidade” que garantem é a dos negócios das empresas certificadas e da própria indústria de certificação.
A Associação de Mulheres Afrise lançou um abaixo-assinado internacional para impedir o replantio de monoculturas de dendê ao redor de suas casas e dos túmulos de seus antepassados. Elas denunciam décadas de abuso sexual, desapropriação de terras e miséria, e exigem que seu território lhes seja devolvido para que possam levar uma vida digna.
As comunidades Mapuche resistiram durante décadas aos impactos do modelo florestal baseado em grandes monoculturas. Nesta entrevista, Pablo Reyes Huenchumán, porta-voz da comunidade Paillakawe, explica como eles se organizam e quais são seus principais desafios na luta pela recuperação do território e a manutenção da sua cultura.
O ano de 2023 terminou com uma vitória da luta popular pela defesa da vida no Panamá, que teve repercussões em todos os lugares do planeta onde há processos de defesa territorial e resistência diante de conflitos ambientais.
No contexto da recente conferência climática da ONU em Dubai, propomos a releitura do artigo Climatologia/Ideologia, do Boletim 247 do WRM, publicado em janeiro de 2020.
Neste editorial, queremos reconhecer a contribuição que o povo equatoriano tem dado ao mundo no atual caminho de luta por territórios livres da exploração petrolífera, em um contexto em que as elites e as empresas de petróleo continuam agarradas ao poder e aos lucros que obtêm dos combustíveis fósseis