Artigos de boletim

Quantas plantações de árvores existem, e qual é seu tamanho? Em que regiões e países elas estão localizadas? Quais são as diferenças entre os vários “atores” diretamente envolvidos na implementação de plantações de árvores para o mercado de carbono? Este artigo apresenta números e informações que buscam responder a essas e outras perguntas.
Toda plantação de árvores desenvolvida para a compensação de carbono têm por trás agentes externos buscando lucrar com o aumento do controle sobre a terra. A despeito deste aspecto colonial comum, essas plantações podem variar bastante: podem ser grandes monoculturas ou esquemas com pequenos agricultores integrados, podem incluir espécies exóticas ou nativas, e algumass delas podem até existir apenas no papel.
Várias iniciativas têm contribuído para a promoção de plantações de árvores para compensação de carbono. Independentemente de essas iniciativas serem lideradas por empresas, ONGs, governos nacionais ou companhias petrolíferas, são as empresas poluidoras quem se beneficia quando se desvia a atenção da necessidade de reduzir as emissões de combustíveis fósseis.
Recomendamos a releitura da publicação “O mercado de carbono: semeando novos problemas”, escrita por Larry Lohmann no ano de 2000. O documento analisa a situação da crise climática e os diferentes enfoques adotados para enfrentá-la.
A cada dois anos, fazemos uma pesquisa na rede de contatos do WRM sobre o conteúdo do nosso boletim e outros materiais, incluindo cartilhas, relatórios, vídeos e podcasts. Nós convidamos você a responder este breve questionário
Com o argumento do “desenvolvimento sustentável”, os governos da região Amazônica continuam incentivando o extrativismo. Diante disso, a líder indígena Alessandra Munduruku desabafa: “Precisa da demarcação dos territórios indígenas. Já chega de falar de bioeconomia, de sustentabilidade, se tem uma violência aqui nesse momento”
A região amazônica é uma das últimas fronteiras de resistência à expansão do capital. Isso é sintetizado pelas lutas de ativistas sociais como Chico Mendes e pela presença da maioria dos povos indígenas que ainda estão em isolamento voluntário no planeta. No entanto, diferentes formas de extrativismo “verde” estão avançando cada vez mais sobre esse território.
Na região da Vale do Acará no estado do Pará, indígenas Tembé, Turiwara, comunidades quilombolas e camponesas lutam para retomar parte dos espaços de vida que tradicionalmente ocupam. Não é só uma luta por território, é uma luta para reverter uma história de opressão e injustiça. Hoje denunciam a violência estrutural e a omissão do Estado.
A expansão da fronteira agrícola para o cultivo de soja ou dendê, assim como a mineração e a possível construção de mega-hidrelétricas, avançam sobre os espaços vitais das comunidades indígenas e camponesas. No final de 2018, os povos se organizaram em uma Coordenação para defender seus territórios e o direito a uma vida digna.
As comunidades indígenas da Bacia Amazônica Peruana criaram uma rede para defender seus direitos territoriais e de autodeterminação. Sua luta não é apenas contra o desmatamento, mas também contra projetos de conservação e de mercado de carbono, como os de REDD, que geram mais injustiças e conflitos internos.
A decisão do povo equatoriano de interromper a extração de petróleo no Parque Nacional Yasuní implica agora novos desafios: como recuperar um território sacrificado e fazer justiça nas áreas afetadas, com a solidariedade de todo o país.
Mocoa está localizada entre a cordilheira dos Andes e a Amazônia colombiana, no meio de uma das bacias hidrográficas mais importantes do país, território onde coexistem comunidades indígenas, afrodescendentes, agricultores e colonos. A crescente procura por minerais para “descarbonização” no mundo coloca a região em sério risco, à medida que as empresas mineiras tentam avançar com a extração do cobre que existe no solo.