Convidamos vocês a refletir junto a uma militante que, a partir de suas lutas no Brasil, explora os processos de resistência e os desafios enfrentados. Nesta reflexão, também convidamos a aderir à resistência coletiva, sejam quais forem os seus próprios contextos e espaços de organização. A luta continua e a luta é uma só!
Artigos de boletim
Entre 21 de outubro e 1º de novembro, acontece na Colômbia a COP16 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), uma iniciativa que tem falhado em seu objetivo de conter a alarmante perda de biodiversidade. De 30 anos para cá, em vez de pôr fim à destruição causada pelas empresas extrativistas, as propostas da CDB vêm piorando a situação, com ações que prejudicam a soberania e a permanência de Povos Indígenas e comunidades nos territórios que estes habitam e protegem.
Este artigo conta a história de um podcast que está sendo lançado em conjunto com Solidaritas Perumpuan, uma organização feminista da Indonésia. É o terceiro episódio da série “A luta das mulheres pela terra”, que o WRM vem produzindo com organizações de diferentes países. Ele conta a história da resistência das mulheres às plantações industriais de dendê, ao REDD e a um mega-projeto de produção de alimentos em três aldeias de Kalimantan Central.
A empresa Sequoia alega ter obtido 60.000 hectares para um projeto de monocultura de eucalipto na província de Haut-Ogooué, no Gabão. As declarações das comunidades e uma pesquisa de opinião com mais de 1.400 pessoas da região afetada jogaram luz sobre a total rejeição desse projeto de plantação. Autoridades do atual governo e parlamento também expressaram abertamente sua oposição ao projeto.
No Congo-Brazzaville, projetos de plantio de árvores para mercados de carbono proliferaram nos últimos quatro anos. Isso significa a implantação de monoculturas em larga escala iniciadas por empresas petrolíferas sob o rótulo sedutor de neutralidade de carbono e criação de empregos em favor das comunidades, quando na realidade não são uma solução para a crise climática nem um benefício para as comunidades do Congo.
Com apoio do Banco Mundial, o governo tailandês está se mobilizando rapidamente para implementar sua “política climática” baseada na compensação de carbono por meio do uso das chamadas “áreas verdes”, que devem cobrir nada menos que metade do país. No entanto, escondida por trás desse discurso “verde” está uma política econômica que depende muito da continuação do uso de combustíveis fósseis.
Além de impactos diretos na vida das comunidades, as monoculturas de eucalipto representam uma desigualdade absurda e obscena. Um grupo de 45 moradores das comunidades com quem conversamos ficou pasmo ao saber que seria necessário que trabalhassem 2300 anos a fio para receber coletivamente, através de seu trabalho, o que a família para a qual trabalham recebeu em um ano, apenas por meio de títulos de uma de suas propriedades.
Um dos temas centrais em discussão em Cali, na Colômbia, na Cúpula sobre Diversidade Biológica (CBD – COP 16) são os chamados “mecanismos de compensação pela perda de biodiversidade”, uma estratégia para permitir que empresas e seus aliados continuem aumentando seus lucros e, com eles, a destruição dos territórios.
Este boletim destaca vários casos em que a expansão dos projetos de carbono se tornou parte integrante do modelo extrativista. Considerando-se que esse modelo vem destruindo os territórios e meios de subsistência das pessoas há muito tempo, compartilhamos artigos sobre formas antigas e novas de extrativismo, e sobre como as comunidades continuam lutando para resistir a elas.
Tal como fizeram os colonizadores holandeses no passado, o governo, as empresas e os investidores indonésios consideram que as terras de Papua são um vasto território vazio, uma nova fronteira para a extração e o lucro. Porém, essas terras não são vazias, e sim o lar de centenas de Povos Indígenas, incluindo mulheres e homens da aldeia de Kampung Bariat, que lutam para garantir o controle do seu território ancestral e mantê-lo a salvo de plantações de dendezeiros.
Famílias camponesas sofrem ameaças de despejo por parte da empresa de monocultivo de dendê Brasil Bio Fuels (BBF), com o governo do Estado sendo cúmplice de ela. Este artigo mostra que a tão falada ‘bioeconomia’ não é nem ‘sustentável’, muito menos ‘limpa’. O que ela faz é destruir territórios de comunidades, da mesma forma como as indústrias que promovem o extrativismo baseado nos combustíveis fósseis há muito tempo vêm fazendo.
A Orinoquía se estende desde o sopé da cordilheira oriental até a fronteira com a Venezuela. Historicamente, a região tem sido associada à exploração de borracha, madeira, peles e outros dos chamados “recursos naturais”, à custa da exploração de comunidades ancestrais. Hoje, surgem novas ameaças sob o paradigma da conservação, da energia verde e dos projetos de carbono.
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