Artigos de boletim

Os indígenas Matsés lutam para impedir que a empresa petrolífera canadense Pacific Rubiales, que pertence ao grupo Soros, destrua seu território e ponha em risco suas vidas e florestas. Um dos lotes da empresa, na fronteira com o Brasil, está em uma área proposta como Reserva Nacional para, em teoria, protegê-los. Outro de seus lotes foi demarcado em cima do território dos Matsés, do qual eles têm título de propriedade. No entanto, eles continuam lutando. “Nossos antepassados sempre nos disseram que os estrangeiros começaram os conflitos.
Enquanto a Malásia e a Indonésia produzem mais de 85% do óleo de dendê (palma) do mundo, a Índia é seu maior importador. Para impulsionar o cultivo do dendê, o Ministério da Agricultura apresentou um programa especial sobre “Expansão da Área de Dendê” em 2011-2012, que visa aumentar a produção do óleo de dendê nos 12 estados, de 50.000 para 300.000 toneladas nos próximos cinco anos.
A data foi estabelecida pela Rede de Ação contra Pesticidas para recordar as 30.000 pessoas falecidas na catástrofe de Bhopal, na Índia, em 1984. O vazamento de 27 toneladas de gases tóxicos usados na elaboração de pesticidas também deixou milhares de pessoas com lesões físicas e no sistema nervoso. O uso de agrotóxicos está intrinsecamente ligado às plantações de monocultivos e à agroindústria, dois dos principais causadores do desmatamento e da devastação para com as populações que dependem das florestas.
Um problema que as camponesas enfrentam é a invisibilidade nos movimentos feministas e de mulheres. Um segundo problema é a fragilidade com que o conceito de soberania alimentar tem lidado com os desafios do feminismo. A soberania alimentar é baseada na convicção de que cada povo tem o direito de tomar decisões sobre seus próprios sistemas alimentares, sobre seus próprios hábitos alimentares, sobre sua produção, comercialização, distribuição, troca e partilha, e sobre manter alimentos e sementes na esfera pública.
O Ministério Público Federal (MPF) do Brasil conseguiu suspender o financiamento por parte do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à Fibria, maior empresa brasileira de celulose e papel, destinado ao plantio de eucalipto em territórios de comunidades quilombolas no Norte do Espírito Santo. A Fibria é acusada de fraude na obtenção da área destinada à plantação de eucaliptos usados na produção de celulose.
No dia 31 de julho de 2014, o “Plano Geral de Florestas” (PGS) foi lançado pelo Comando de Operações de Segurança Interna e o Ministério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente da Tailândia. Não houve consulta ao público ou à sociedade civil antes da elaboração desse plano, nem qualquer tipo de referendo ou consulta pública após ele ter sido finalizado.
É óbvio que o capitalismo se alimenta e se sustenta com a exploração dos trabalhadores, das mulheres, dos povos indígenas e da natureza. E quando se pensava que o corpo da mulher era a última fronteira do capitalismo, vemos que os limites avançam em direção a outros confins: as funções, os ciclos, os elementos e as estruturas do mundo natural.
A República Democrática do Congo (RDC) tem a maior área de floresta contínua da África, que é uma dos maiores do mundo. No entanto, sua alta diversidade biológica, incluindo florestas úmidas e secas, de brejo, de bambu, de manguezal e muitas outras, há séculos convivendo com povos indígenas e que dependem das florestas, está seriamente ameaçada pela expansão das plantações de dendê (palma) e dos investidores estrangeiros em geral.
O ano de 2014 parece bater o “recorde” em declarações internacionais nas quais os signatários se comprometem a reduzir drasticamente e até a zerar o desmatamento. O que chama atenção é que, em todas elas, aparece o apoio de grandes empresas transnacionais, ligadas ao setor de plantações de árvores para produção de celulose, e também ao plantio e ao processamento industrial do dendê (palma africana), além de instituições ligadas ao capital financeiro. Além disso, sempre há a participação de ONGs.
    O desmatamento na Indonésia não é só uma questão de perda de áreas florestais; é muito mais grave. Todo um sistema de vida que evoluiu para uma extraordinária riqueza de biodiversidade está ameaçado de destruição.