De tempos em tempos, o boletim do WRM destaca histórias, lutas e reflexões de uma parte específica do mundo. Esta edição trata das Regiões Sul e Leste da África.
Para melhor entender as lutas das pessoas em toda essa vasta região, é fundamental refletir sobre sua história. Ela inclui um sistema econômico predominante que se baseia em um modus operandi violento e racista, cujas raízes estão em muitas outras formas de violência contra a vida e os meios de subsistência das pessoas. Este editorial destaca algumas partes dessa história. E isso, é claro, é apenas a ponta do iceberg.
Boletim N° 235 – Jan. 2018
NOSSO PONTO DE VISTA
O LESTE E O SUL DA ÁFRICA: AMEAÇAS AOS POVOS E SUAS LUTAS DE RESISTÊNCIA
-
9 Janeiro 2018A Green Resources Moçambique é uma empresa de plantações de monoculturas, parte da Green Resources, SA. (GR). Estabelecida em 1995, a Green Resources SA, uma empresa de capitais maioritariamente noruegueses, com mais de 80 acionistas, é considerada a maior empresa de plantações de monoculturas em África (excluindo a África do Sul). Está presente em 3 países africanos (Moçambique, Tanzânia e Uganda) com 10 plantações, nomeadamente Bukaleba e Kachung (Uganda); Lindi, Idete e Mnyera (Tanzânia); Niassa Green Resources, Chikweti, Lúrio Green Resources, Tectona e Ntacua (Moçambique).
-
9 Janeiro 2018Da Moçambique, onde as mulheres enfrentam escassez de água e poluição, à Zimbábue, onde a violência militarizada e muitas vezes sexualizada assombra o cotidiano das mulheres, o paradigma extrativista no Sul da África ameaça as vidas e os meios de subsistência das comunidades camponesas, principalmente de mulheres e meninas.
-
9 Janeiro 2018No passado, era muito raro haver notícias globais sobre Zâmbia, um país pacífico no coração da Região Sul da África, conhecido principalmente por seu cobre. Alguns o conhecem por sua longa fronteira geográfica no rio Zambeze, as Cataratas de Victoria, em Livingstone – também conhecidas como “Mosi-oa-Tunya” ou “a fumaça que troveja” – ou seus parques nacionais vastos e biodiversos que ocupam uma área maior do que o Reino Unido.
-
9 Janeiro 2018Os índices africanos de eletrificação são assustadores: os mais baixos do mundo, com apenas 1% de acesso em algumas áreas rurais. Os índices médios na África subsaariana variam, de 16% em áreas rurais a cerca de 59% em áreas urbanas. Da população de 1,25 bilhão de habitantes do continente, mais de 600 milhões não têm acesso à energia moderna, o que é motivo de muita preocupação.
-
9 Janeiro 2018Sinikiwe Ncube, 46, mora com seus três filhos na aldeia de Mazwi, sob o comando do chefe Malaba, em Matabelelândia Sul. Sua família tem sobrevivido da coleta de lagartas de mopane por muitos anos. No entanto, ao longo dos últimos anos, a população das lagartas tem diminuído, ameaçando sua família com a perda do sustento e da soberania alimentar.
-
POVOS EM AÇÃO
-
9 Janeiro 2018A Terceira Conferência Triangular dos Povos, organizada pela Campanha “Não ao ProSavana”, reuniu pessoas e organizações de Brasil, Moçambique e Japão em Maputo, Moçambique, em outubro de 2017. A Conferência aconteceu em um contexto em que o governo de Moçambique prioriza as parcerias público-privadas, cujo principal objetivo é permitir a entrada de grandes investimentos no agronegócio, na mineração e no petróleo. A declaração dos povos da Conferência faz um chamado a uma ampla mobilização e à organização de uma frente comum contra esse modelo de desenvolvimento. Leia a declaração (em português) aqui:
-
9 Janeiro 2018A Terceira Conferência Triangular dos Povos, organizada pela Campanha “Não ao ProSavana”, reuniu pessoas e organizações de Brasil, Moçambique e Japão em Maputo, Moçambique, em outubro de 2017. A Conferência aconteceu em um contexto em que o governo de Moçambique prioriza as parcerias público-privadas, cujo principal objetivo é permitir a entrada de grandes investimentos no agronegócio, na mineração e no petróleo. A declaração dos povos da Conferência faz um chamado a uma ampla mobilização e à organização de uma frente comum contra esse modelo de desenvolvimento. Leia a declaração (em português) aqui:
-
RECOMENDADOS
-
9 Janeiro 2018Quase cinco décadas depois do início de sua implantação, a monocultura de eucalipto se tornou o principal fator de deterioração dos recursos hídricos no semiárido mineiro, afirma o técnico Walter Viana, responsável pela Fiscalização Ambiental na Superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram) do Norte de Minas e autor de tese sobre a desertificação na região. Como medida para combater o déficit hídrico provocado por essa cultura, ambientalistas defendem a proibição de novos plantios na região.
-
9 Janeiro 2018A última edição do boletim da Rede Africana de Biodiversidade (ABN) destaca os processos que os participantes da Reunião Bienal dos sócios de 2017, em Nanyuki, no Quênia, seguiram para analisar e refletir sobre as ações da rede nos dois anos anteriores. O boletim também inclui uma reflexão sobre a nova proibição a fabricação, uso, importação e venda de sacos plásticos no Quênia, bem como um artigo sobre uma escola fundamental ecológica no Benin, que coloca conhecimento endógeno acima da educação. Acesse o boletim (em inglês) aqui: http://africanbiodiversity.org/abn-news-07/
-
9 Janeiro 2018Este relatório, compilado pelo Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais (WRM) e pela Timberwatch Coalition (TW), agora também está disponível em suaíli. Ele trata de vários fatores internos e externos que determinam mudanças na extensão da terra com plantações industriais de árvores em onze países do leste e do sul do continente: Malaui, Moçambique, Zâmbia e Zimbábue; Quênia, Tanzânia e Uganda; África do Sul, Suazilândia e Lesoto; e Madagascar. Acesse o relatório em suaíli: