Artigos de boletim

Os mangues, equivalente na beira-mar das florestas tropicais na terra, são também chamadas de “florestas de água salgada”, tem fornecido formas de vida a uma quantidade de nativos (vide Boletim Nº 51 do WRM). A Sundarbans, a maior floresta de mangues da beira-mar do mundo, ocupa quase 6.000 milhas quadradas da Índia e Bangladesh, uma barreira natural contra tsunamis e freqüentes ciclones que sopram desde a Baía de Bengala.
Apenas começou o ano, uma tragédia teve lugar no distrito Jajpur de Orissa em Kalinga Nagar. Durante muitos meses, os membros das tribos locais e outros povoadores da vila entraram em uma amarga luta para evitar o deslocamento pelo projeto de aço da Tata Industries, uma companhia com uma longa trajetória de deslocamento de pessoas e exploração dos seus recursos naturais. Uma tentativa anterior de iniciar a construção em Kalinga Nagar foi impedida pelos povoadores locais em maio do ano passado.
Os planos da United Fiber System de construir um império de polpa de madeira em Kalimantan recebeu um golpe em janeiro de 2006, quando o Deutsche Bank confirmou que ele deixava o seu papel de assessor financeiro para a UFS. Cinco meses atrás, a UFS anunciou que tinha nomeado à Agência de Cingapura do Deutsche Bank como Assessor Financeiro para uma proposta de aquisição do moinho de polpa de madeira Kiani Kertas em Kalimantan do Leste. Michael Hoelz, diretor gerente do Deutsche Bank, confirmou em uma declaração a ONGs alemãs que o “Deutsche Bank não tem mais mandato da UFS”.
Phrue tem caminhado por 49 dias. Junto com noventa e oito colegas ele começou em 7 de novembro uma épica caminhada desde Chiang Mai até Bagkok para salvar o componente popular do Projeto de Lei das Florestas Comunitárias da Tailândia (CFB, pela sua sigla em inglês).
A monocultura é a principal ferramenta que tem o grande capital transnacional para se apropriar e tomar o controle do recurso da terra e mão-de-obra barata dos países do Sul, causando enormes impactos sobre a diversidade biológica e cultural. A homogeneização e dramática simplificação do agroecossistema, permite-lhe maximizar a exploração do solo e da mão-de-obra através de tarefas mecanizadas e de fácil cotrole e supervisão. Sua sustentabilidade se define baseada nos códigos de rentabilidade e, dependendo do cultivo, se cumprem prazos de dez, quinze ou vinte anos e depois vem o abandono.
A luta dos indígenas Tupinikim e Guarani enfrenta hoje uma situação extremamente difícil. Começada em fevereiro de 2005, quando decidiram retomar suas terras ocupadas pelas plantações de eucalipto da empresa de celulose Aracruz Celulose, permitiu que mais de 100 famílias voltassem a estabelcer-se no meio rural do qual tinham sido expulsas e abriram a porta para a esperança de um futuro sustentável e digno (vide boletins Nº 94, 96 e 101 do WRM). Mas hoje essa esperança procura ser abatida. A continuação publicamos o comunicado enviado pela Rede Alerta Contra o Deserto Verde:
A veracel celulose foi autuada pelo Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, no final do mês de dezembro, que se utilizando de imagens de satélite e geoprocessamento verificou irregularidades da empresa de celulose e emitiu uma multa de R$ 320.000 por impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas da Mata Atlântica em 1.200 hectares tornado ainda mais grave à situação deste Bioma, fato que desmascara mais uma vez a farsa Veracel e seu discurso de protetora da Mata Atlântica.
Talvez nenhum projeto de lei na Colômbia, sobre um assunto ambiental, tenha conseguido despertar tantas opiniões diveras e tanto revôo, como aconteceu com a discussão no Congresso Colombiano da Lei Geral Florestal, que foi aprovada por esta instituição no mês de dezembro. Foi tal a força dos argumentos e tal a resposta do ambientalismo colombiano, do movimento social e inclusive de parte dos meios de comunicação que, pela primeira vez, o presidente Álvaro Uribe Vélez manda de volta uma lei ao Congresso da República.
A tradicional sesta de verão no mês de janeiro uruguaio foi interrompida, não só pelas constantes chuvas, mas também porque o avanço das empresas de celulose não dá trégua. Continua com a sua campanha propagandística, com base em falsidades, que depois são repetidas como verdades. Promessas e miragens a uma população com um elevado índice de desemprego, que está desesperadamente precisando de soluções.
“O nome da cidade de Vitória, no Brasil, deriva da “vitória” dos portugueses colonialistas contra os habitantes indígenas originais da terra. Atualmente, o mesmo nome tem um significado totalmente diferente. Os indígenas Tupinikim e Guarani têm retomado as terras que lhes foram roubadas pela gigante corporação de fábricas de celulose Aracruz Celulose. Outras comunidades locais e organizações da sociedade civil que, através da união na luta têm debilitado o poder da companhia, se têm unido à luta contra a companhia e suas fábricas.
Os impacto negativo das plantações de árvores sobre as florestas e os povos que moram nelas foi salientado pela WRM desde sua criação em 1986. A “Declaração de Penang em 1989, que apresentou a visão compartilhada pelos membros da WRM. Identificou as plantações de árvores como “ parte integral das políticas e das práticas que levam ao desmatamento no mundo afora em nome do desenvolvimento”.
Desde seu início em 1986, o Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais tem estado preocupado com a forma na que as florestas, a terra e as vidas dos povos rurais são afetadas pela produção industrial de uma grande variedade de mercadorias -soja, pasta de papel, petróleo, madeira, azeite de dendê, milho, bananas, café e muitas outras.