Este boletim destaca vários casos em que a expansão dos projetos de carbono se tornou parte integrante do modelo extrativista. Considerando-se que esse modelo vem destruindo os territórios e meios de subsistência das pessoas há muito tempo, compartilhamos artigos sobre formas antigas e novas de extrativismo, e sobre como as comunidades continuam lutando para resistir a elas.
Boletim 271 - Agosto 2024
Comunidades resistindo aos extrativismos: da bioeconomia aos monocultivos e à mineração
Boletim WRM
271
Agosto 2024
NOSSO PONTO DE VISTA
COMUNIDADES RESISTINDO AOS EXTRATIVISMOS: DA BIOECONOMIA AOS MONOCULTIVOS E À MINERAÇÃO
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22 Agosto 2024Tal como fizeram os colonizadores holandeses no passado, o governo, as empresas e os investidores indonésios consideram que as terras de Papua são um vasto território vazio, uma nova fronteira para a extração e o lucro. Porém, essas terras não são vazias, e sim o lar de centenas de Povos Indígenas, incluindo mulheres e homens da aldeia de Kampung Bariat, que lutam para garantir o controle do seu território ancestral e mantê-lo a salvo de plantações de dendezeiros.
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22 Agosto 2024Famílias camponesas sofrem ameaças de despejo por parte da empresa de monocultivo de dendê Brasil Bio Fuels (BBF), com o governo do Estado sendo cúmplice de ela. Este artigo mostra que a tão falada ‘bioeconomia’ não é nem ‘sustentável’, muito menos ‘limpa’. O que ela faz é destruir territórios de comunidades, da mesma forma como as indústrias que promovem o extrativismo baseado nos combustíveis fósseis há muito tempo vêm fazendo.
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22 Agosto 2024A Orinoquía se estende desde o sopé da cordilheira oriental até a fronteira com a Venezuela. Historicamente, a região tem sido associada à exploração de borracha, madeira, peles e outros dos chamados “recursos naturais”, à custa da exploração de comunidades ancestrais. Hoje, surgem novas ameaças sob o paradigma da conservação, da energia verde e dos projetos de carbono.
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22 Agosto 2024A empresa está em processo de renovação de parte de suas plantações de dendezeiros em Edéa. No final do ano passado, as comunidades de Edéa começaram a se mobilizar contra esse processo. Sua resistência e determinação em parar a empresa levaram o prefeito a solicitar que a Socapalm parasse suas atividades. Esta é uma primeira vitória da comunidade e das mulheres organizadas de Edéa, mas a luta continuará até que a SOCAPALM devolva as terras às comunidades!
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22 Agosto 2024A província de Corrientes concentra a maior área de plantações industriais de árvores da Argentina, e 80% da madeira vai para serrarias. Montanhas de serragem são queimadas periodicamente, causando graves problemas à vida e à saúde dos moradores. A organização local Guardianes del Y’verá fez uma pesquisa sobre saúde comunitária para denunciar o problema, exigir que esses estabelecimentos mudem para outros lugares e denunciar os impactos desse modelo.
DOS ARQUIVOS DO BOLETIM DO WRM
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22 Agosto 2024Vários artigos deste boletim tratam das lutas comunitárias contra antigas e novas formas de extrativismo que ameaçam os territórios e os meios de subsistência das comunidades na América Latina, na África e na Ásia. Por esse motivo, recomendamos a releitura de uma entrevista com o membro do Comitê Consultivo do WRM Nasako Besingi, de Camarões, sobre os desafios que as comunidades enfrentam.
RECOMENDADOS
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22 Agosto 2024Recentemente, a Aliança Informal Contra a Expansão das Plantações Industriais de Dendê na África Ocidental e Central lançou uma nova versão resumida do livreto “Prometer, dividir, intimidar e coagir: Táticas que as empresas de dendê usam para tomar terras de comunidades”. Essa nova edição consiste em uma coletânea de mais de 20 táticas que as empresas de dendê usam para se apropriar das terras das pessoas com o objetivo de expandir plantações. É o resultado de muitos anos de experiência de ativistas comunitários e grupos de base que têm lutado para resistir à tomada das terras das comunidades pelas empresas.
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22 Agosto 2024No dia 5 de julho de 2024, três famílias camponesas foram violentamente despejadas na zona rural San Lorenzo 2, no município de Wanda, na província argentina de Misiones. O despejo foi executado pela polícia provincial, em colaboração com a multinacional Arauco. Durante a operação, destruíram a propriedade de dez hectares que havia servido ao sustento da família por uma década. Demoliram e queimaram as casas, as plantações, os galinheiros e os chiqueiros. As famílias perderam tudo, e alguns dos seus membros passaram até três dias detidos.
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22 Agosto 2024Em 23 de julho de 2024, o presidente indonésio Jokowi plantou o primeiro pé de cana-de-açúcar de mais um megaprojeto na Regência de Merauke, na província de Papua do Sul. Ele afirma que o projeto ajudará a enfrentar as crises alimentares e climáticas globais.
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22 Agosto 2024Recentemente, a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos divulgou sua histórica decisão sobre o direito dos Povos Indígenas Batwa de regressar à sua terra ancestral, de onde haviam sido violentamente despejados quando o Parque Nacional Kahuzi-Biega foi criado no leste da República Democrática do Congo. Cerca de 6 mil Batwa ficaram sem terra quando seu território ancestral foi declarado área protegida, na década de 1970.