Artigos de boletim

Como já tínhamos informado em outubro de 2009, tanto na Índia quanto no Uruguai, a empresa siderúrgica coreana POSCO ganhou a possibilidade de ocupar territórios prezados para os moradores desses países.
Somos testemunhas de um processo global de expansão dos agronegócios e de apropriação de terras no Sul. Através de arrendamentos, concessões, inclusive compras, as corporações estrangeiras tomam conta de vastas áreas de terras agrícolas durante longos períodos para produzir alimentos básicos ou agrocombustíveis para a exportação. Estima-se que cerca de 1.000 grupos investidores apontam para mais de 50 países na Ásia, Oceania, África e América Latina (1).
Um conjunto de organizações sociais latino-americanas (1) reuniram-se em Montevidéu para analisarem os Tratados de Livre Comércio (TLC) que a União Européia (UE) assinou em maio com a América Central, Colômbia e Peru. Tais TLC não só constituem uma grave ameaça para a soberania alimentar dos povos, as florestas e os principais ecossistemas da região- por exemplo, a pescaria artesanal-, como também irão agravar a mudança climática. As organizações alertaram que os países do Mercosul (2) correm os mesmos riscos após a decisão de reiniciar suas negociações com a UE em finais de junho.
Patrick Birley, o diretor executivo da European Climate Exchange (Bolsa européia do clima), sabe algumas coisas sobre o mercado do carbono. Ele deveria saber. Ele alega que aproximadamente 95 por cento de todo o carbono comercializado no mundo é comercializado através de sua bolsa. Portanto, quando ele fala sobre os mercados de carbono, faríamos bem em escutá-lo
The International Work Group for Indigenous Affairs (IWGIA) has issued a report on the indigenous Ayoreo people in Paraguay and the injustices they have been experiencing due to the expansion of ranching, illegal sale of land and extractive industries (1). More than a report, it is an urgent wakeup call that Director of Iniciativa Amotocodie Benno Glauser introduces as follows: Non-indigenous society began to invade the vast territory of the Ayoreo only 50 years ago, with the goal of taking possession of the land.
Uma agenda unificada dos povos diante da mudança climática
A análise da Declaração dos Povos (1) emanada da Conferência dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra, que foi celebrada de 20 a 22 de abril em Cochabamba, Bolívia, pode fazer que pensemos que a questão de gênero não esteve presente nessa conferência.
Carta enviada pelo escritor uruguaio Eduardo Galeano à Conferência Mundial dos Povos sobre Mudanças Climáticas, que aconteceu em Cochabamba, Bolívia, para ser lida na abertura do evento. “Os direitos humanos e os direitos da natureza são equivalentes”. Mensagem à Conferência da Mãe Terra - Eduardo Galeano
Surgiram preocupações no Quênia sobre o grande consumo de água de árvores de eucaliptos, que em 2009 levaram ao Ministro do Meio Ambiente do país, John Michuki, a ordenar o desarraigamento de árvores de eucaliptos de zonas úmidas e à proibição de sua plantação ao longo de rios e vertentes. O WRM acolheu com satisfação essa ação e forneceu um panorama geral neste assunto no boletim 147 do WRM (outubro de 2009).
A Asia Pulp and Paper (APP) é uma das empresas papeleiras mais polêmicas e destrutivas do planeta. A empresa já clareou vastas áreas de florestas tropicais para abastecer sua fábrica de celulose de dois milhões de toneladas ao ano em Sumatra, Indonésia.
O governo de Moçambique está dando andamento à expansão de monoculturas em grande escala de espécies exóticas de rápido crescimento, principalmente de eucalipto, pinheiro e teca, no norte do país. Em novembro de 2009, Winfridus Overbeek, membro da Rede Alerta contra o Deserto Verde e Domingos Firmiano dos Santos, líder comunitário afrobrasileiro (quilombola) de Angelim e líder nacional da CONAQ (Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas) fizeram uma visita de campo a Moçambique.
Em agosto de 2009, a Corporação Financeira Internacional (CFI) e pouco depois o mais abrangente Grupo Banco Mundial (GBM) do qual faz parte suspenderam o financiamento para o setor do dendezeiro. Isso foi uma resposta às reclamações críticas de ONGs indonésias, organizações de povos indígenas e ONGs internacionais que desencadearam um relatório de auditoria condenatório emitido pelo Ombudsman e Assessor em matéria de Observância da própria CFI.