Artigos de boletim

Quando o Banco Mundial adotou sua nova Política sobre Florestas (OP 4.36) em 2002, estabeleceu que 'o banco não financia projetos que, em sua opinião, envolvam conversão ou degradação significativas de áreas de florestas críticas ou hábitats naturais críticos relacionados'. No entanto, nos seguintes cinco anos, apesar de consultas repetidas de ONGs como o WRM, o Banco Mundial não tem sido capaz de clarificar a forma na que determina que áreas são 'críticas'.
O conceito de florestas de alto valor de conservação (FAVC) tem sido aplicado na Indonésia nos últimos cinco anos como uma tentativa de identificar essas florestas e protegê- las da transformação em plantações de árvores para celulose. A APP e a APRIL, as duas maiores produtoras de celulose da Indonésia, responderam à pressão de mercado orquestrada por organizações filiadas ao WWF e a Amigos da Terra, encomendando e realizando avaliações de BAVC em áreas florestais que tinham sido escolhidas para transformar em plantações de acácia.
A Indonésia tem algumas das florestas tropicais mais biodiversas do mundo mas também o índice de desmatamento mais alto. O conceito de “florestas de alto valor de conservação” (FAVC) tem se mantido na Indonésia como meio de conciliar a pressão econômica para abrir áreas florestais com a necessidade de diminuir a taxa da perda de florestas.
A noção de Floresta de Alto Valor de Conservação (FAVC) foi originariamente desenvolvida como um princípio chave durante a revisão dos padrões do Conselho de Manejo Florestal (FSC) publicada em 1999. No entanto, o guia para a identificação dessas florestas era insuficiente e não consolidado. Em 2002, a organização conservacionista WWF e a companhia varejista IKEA decidiram, como parte de um programa de cooperação de três anos, financiar um pequeno projeto para desenvolver um guia que estabelecesse como a FAVC seria definida, identificada e manejada.
Plantações em grande escala de pinheiros, eucaliptos, dendezeiros e seringueiras estão sendo promovidos pelos governos do Camboja, China, Laos, Tailândia e do Vietnã. No entanto, os moradores afetados estão protestando abertamente contra elas. Em um encontro realizado no mês passado no Camboja nós ficamos sabendo que as comunidades locais estão se opondo firmemente a esses planos porque eles consideram que essas plantações estão invadindo suas terras e provocando impactos em seus meios de vida.
A Gâmbia é um país pequeno (10.000 km2) e economicamente pobre que enfrenta um conjunto de problemas sociais e ambientais. Desses últimos, o desmatamento é provavelmente o problema que supõe a maior ameaça tanto para as pessoas quanto para o ambiente. Até o início do século XX, a Gâmbia tinha uma cobertura de densas florestas. Em 1981, cerca de 430.000 ha (45% do total de área terrestre) eram classificadas como floresta. Em 1988, a cifra despencou a cerca de 340.000 ha (30% da área terrestre).
Uma companhia açucareira ugandense planeja expandir suas propriedades açucareiras, destruindo 7.000 hectares ou quase um terço da floresta de Mabira, uma das poucas florestas intactas remanescentes que rodeiam as margens do Lago Victoria, que alberga espécies únicas de macacos e pássaros. O plano tem resultado muito controvertível por ameaçar centenas de espécies únicas confinadas a lotes decrescentes de floresta tropical e pode afetar as chuvas em uma região que já sofre de seca relacionada com a mudança climática.
Uma companhia açucareira ugandense planeja expandir suas propriedades açucareiras, destruindo 7.000 hectares ou quase um terço da floresta de Mabira, uma das poucas florestas intactas remanescentes que rodeiam as margens do Lago Victoria, que alberga espécies únicas de macacos e pássaros. O plano tem resultado muito controvertível por ameaçar centenas de espécies únicas confinadas a lotes decrescentes de floresta tropical e pode afetar as chuvas em uma região que já sofre de seca relacionada com a mudança climática.
Em 1997 foi instrumentado o Protocolo de Quioto na Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática para limitar as emissões de carbono que provocam o aquecimento global. A partir de então, a situação tem piorado devido à aceleração dos impactos da mudança climática; no entanto, nas conferências o assunto mais badalado diz respeito às “oportunidades” da catástrofe, ou seja, aos negócios.
Os projetos de florestamento para seqüestro de carbono começaram tardiamente no mercado do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo porque são controvertíveis demais. O quadro legal necessário, estabelecido nos acordos de Marraquexe de 2001, foi ajustado somente em finais de 2005 nas negociações climáticas de Montreal. Portanto ainda há poucas coisas concretas para apontar.
Desde 1994, uma organização holandesa chamada FACE Foundation tem estado trabalhando no Parque Nacional de Monte Elgon. A FACE trabalha com a Autoridade Ugandense de Fauna e Flora Silvestres (UWA), que é responsável pelo manejo dos parques nacionais em Uganda. O projeto UWA-FACE visa a plantar árvores em uma área de 25.000 hectares justamente dentro dos limites do parque nacional. Até agora o projeto UWA-FACE tem plantado 8.500 hectares.
Há poucos dias acabou a décima segunda sessão da conferência das partes sobre Mudança Climática –COP 12- e com seu fechamento se confirmou, mais uma vez, a escassa vontade dos governos e partes envolvidas para procurar soluções contundentes para a crise climática que estamos experimentando. O que sim ficou evidenciado foi o interesse por promover o uso das estratégias inventadas para solucionar a problemática climática, isto é, aquelas baseadas em mecanismos de mercado, destacando nesse grupo os projetos de plantações florestais como sumidouros de gases de efeito estufa.