Artigos de boletim

A hegemonia do G8 em fóruns internacionais como por exemplo, a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática significa que a política climática global tem sido escolhida por sua compatibilidade com o sistema econômico existente em vez de por sua eficácia na redução das emissões.
A Associação Comunidades Ecologistas La Ceiba- Amigos da Terra Costa Rica (COECOCEIBA- AT), integrada por membros provindos de diversos setores sociais (acadêmicos, profissionais, ecologistas e camponeses), considera que está na hora de desenvolver com criatividade novos modelos de recuperação da coberta florestal, e de abrir espaço a modelos de reflorestamento autóctones que incluam alguns dos princípios básicos que, sigilosamente, vem mostrando o principal ecossistema natural do país: a floresta tropical.
No nordeste da República Democrática do Congo, encontra-se a grande, densa e montanhosa floresta tropical de Ituri, que abrange aproximadamente 70.000 quilômetros quadrados. É uma área rica em recursos naturais. A madeira tropical é colhida (legalmente e ilegalmente) em grande escala. Os minerais como o ouro e o coltan (utilizado em telefones celulares) são explorados intensamente depois de que as árvores têm sido cortadas.
Após 12 anos, poderosas mineradoras transnacionais não conseguiram quebrantar a vontade dos camponeses da zona de Intag, Cantão Cotacachi, Província Imbabura, no noroeste do Equador. Esse pesadelo começou em 1991, quando um japonês, até agora anônimo, começou a percorrer a área de lado a lado no seu carro. Ninguém sabia ao certo o que ele estava fazendo. Por volta de 1995 foi sabido que o que o japonês fazia era “exploração mineira”, quer dizer, que estava à procura de minérios no subsolo.
No final do ano passado, a Norconsult- uma firma consultora noruega, ganhou um contrato de US$ 1,5 milhão para supervisar as obras de construção da represa Xeset 2, no sul do Laos. A Norconsult obteve o contrato, que está financiado pela Agência Noruega de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad), sem existir qualquer outra oferta concorrente.
Nas últimas semanas, a Uganda tem testemunhado crescentes protestos contra o plano do governo de ceder 7.100 hectares da floresta de Mabira- reserva natural desde 1932-, para a empresa SCOUL plantar cana-de-açúcar. Se a floresta fosse arrasada, devastaria um frágil ambiente, desencadeando a erosão do solo, tornando o clima mais seco e removendo uma zona que diminui a poluição do Lago Vitória.
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) deve fazer avaliações periódicas do estado das florestas do mundo. Para isso, tem desenvolvido uma série de definições, uma das quais –obviamente- se refere ao que pode ser considerado uma floresta. Isso deveria ter sido uma missão relativamente fácil ... a não ser pelo fato de que a FAO decidiu definir as plantações –incluindo às de espécies exóticas- como "florestas plantadas".
Mais uma vez, como cada dois anos, a FAO tem publicado seu relatório “Situação das Florestas do Mundo 2007” ("Situación de los Bosques del Mundo 2007", http://www.fao.org/docrep/009/a0773s/a0773s00.htm), onde "se examinam os avanços para a ordenação florestal sustentável". Apesar de que admite que "O desmatamento continua a um ritmo alarmante de aproximadamente 13 milhões de hectares ao ano", a conclusão geral do relatório é que "houve avanços", apesar de que acrescenta que "de forma desigual".
O enorme complexo de alta tecnologia de papel e celulose da Aracruz Celulose localizado em Barra do Riacho, na região sudeste do Brasil, tem acarretado importantes conflitos decorrentes da invasão que a companhia fez nos territórios dos povos indígenas Tupinikim e Guarani. Mas não só tomaram posse da terra; a fábrica da empresa e suas plantações de monoculturas de árvores em grande escala que se espalham ao longo de mais de 175.000 hectares no norte do Estado do Espírito Santo e na maior parte do sul do Estado da Bahia também se apropriaram dos recursos hídricos.
O aeroporto de Eindhoven, na Holanda, proclama-se como o primeiro aeroporto europeu em que aqueles que viajarem a partir de maio de 2007 poderão compensar as emissões de seu vôo ao fazerem doações para projetos de plantação de árvores. No entanto, na semana passada, grupos de ativistas em Londres criticaram esse tipo de compensação de carbono. Então, é possível acreditar na compensação das emissões de carbono?
No passado 9 de abril, a organização galega APDR (Asociación pola defensa da Ría) fez uma declaração oficial quanto à certificação do FSC à NORFOR- filial da empresa espanhola de papel e celulose ENCE, que tinha sido certificada em abril de 2005.
O estudo de caso “Swaziland: The myth of sustainable timber plantations” (Suazilândia: o mito das plantações madeireiras sustentáveis) realizado por Wally Menne e Ricardo Carrere e publicado em março de 2007(disponível em http://www.wrm.org.uy/countries/Swaziland/Book_Swaziland.pdf), visa a desvelar o mito das plantações sustentáveis na Suazilândia e mostrar que as plantações de monoculturas de árvores em grande escala nesse país têm impactos negativos similares aos de outros lugares e não são uma exceção à regra.