Artigos de boletim

Coincidindo com o Congresso Mundial de Parques, o Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais e o Forest Peoples Programme estão lançando um novo livro: “Natureza cercada: povos indígenas, áreas protegidas e conservação da biodiversidade”. Escrito por Marcus Colchester, diretor do FPP, o livro traz uma revisão detalhada da experiência dos povos indígenas com áreas protegidas e faz contundentes recomendações sobre como é possível superar os atuais conflitos entre ambos, os quais, hoje, infelizmente, são a regra.
O primeiro “parque” do mundo, em Yosemite, Serra Nevada, Califórnia, era, na verdade, o lar da nação Miwok. As surpreendentes paisagens de Yosemite, resultado, em grande parte, dos sistemas indígenas de uso da terra, foram propostas para a conservação pelos próprios colonos e mineiros que doze anos antes tinham lutado, na “Guerra Índia da Borboleta”, contra os Miwok, os índios da região. Nessa luta desigual, as forças autorizadas pelo governo dos Estados Unidos perpetraram repetidos ataques contra os assentamentos indígenas.
A Resolução 1.49 (Os povos indígenas e a UICN) exorta seus membros a considerarem a adoção e aplicação dos objetivos da Convenção 169 da OIT e a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), e a respeitarem o espírito do Rascunho da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
Há duas semanas, o WRM e a Oilwatch divulgaram uma carta aberta a David Kaimowitz, diretor do Centro Internacional de Pesquisas em Silvicultura (Center for International Forestry Research - CIFOR), manifestando a sua preocupação com um estudo do CIFOR "que parece conferir credenciais verdes a duas atividades centrais nos processos de desmatamento e degradação de florestas: as atividades petroleira e de mineração" (veja a carta -em espanhol- em : http://www.wrm.org.uy/deforestacion/petroleo/Cifor.html ).
Madagascar é mundialmente conhecido como um dos países com maior riqueza ecológica do mundo, lar de espécies vegetais e animais únicas. Porém, já na época da colonização francesa, foi introduzido no país o modelo de produção voltado para a exportação.
São Tomé e Príncipe, um arquipélago com 1001 km², é um paraíso tropical localizado no Golfo da Guiné - área rica em petróleo -, a aproximadamente 300 km do litoral ocidental da África. O arquipélago é formado pelas ilhas de São Tomé e Príncipe, separadas uma da outra por 150 km. As ilhas do arquipélago de São Tomé e Príncipe são vulcânicas, com pronunciadas ladeiras cobertas por densa e variada vegetação, favorecida por uma intensa precipitação atmosférica. O país tornou-se independente de Portugal no ano 1975.
O Senegal anunciou que não outorgará novas licenças de exploração de pedreiras e mineração nas 233 áreas de preservação de florestas do país. O governo de Abdoulaye Wade declarou que estimulará as empresas que já operam ali a se transferir para fora dessas áreas, como parte do esforço por reduzir o desmatamento e proteger o meio ambiente.
A organização BanglaPraxis, de Bangladesh, e outros grupos locais reagiram à intenção anunciada pela Shell Bangladesh de realizar prospecções aéreas (aerofotogrametrias) e testes sísmicos nos blocos de mangue dos Sundarbans a partir do dia 27 de setembro.
A Coalizão contra a Mineração em Áreas sob Proteção, da Indonésia, distribuiu um release, com o objetivo de divulgar a crescente e firme oposição gerada pela mineração em vários níveis. Dez grupos fazem parte da Coalizão: JATAM, WALHI-Amigos da Terra, Centro Indonésio para a Legislação Ambiental, Fundo Mundial para a Natureza-Indonésia (WWF), Kehati, PELANGI, Forest Watch-Indonésia, MPI, POKJA PSDA e PELA.
A Electricité de France (EDF) saiu do projeto da barragem Nam Theun 2. A empresa anunciou sua decisão no dia 17 de julho de 2003, um dia antes do consórcio encarregado das obras da barragem, a Companhia de Energia Elétrica Nam Theun 2, ter assinado um contrato de venda de energia elétrica com a Autoridade de Geração de Energia Elétrica da Tailândia (Electricity Generating Authority of Thailand - EGAT).
Duas plantações manejadas pela Forest Industry Organisation (FIO, em inglês), da Tailândia, atualmente possuem certificado de bom manejo, segundo o sistema do Conselho de Manejo Florestal (FSC, em inglês) (veja os boletins 48 e 64 do WRM).
Para o ano 2002, as florestas do departamento de Olancho já estavam sendo arrasadas pela ação de empresas madeireiras. A destruição da floresta servia para alimentar numerosas serrarias (legais e piratas), sendo que, nalgumas delas, estavam diretamente envolvidos alguns congressistas. Enquanto os empresários ficavam ricos, a população local recebia os impactos da exploração madeireira, em particular, a perda de água, resultante da derrubada da floresta, e de suas funções na regulação do ciclo hidrológico.