As empresas madeireiras foram avisadas da existência de pessoas que lhes apresentam documentação que aparenta ter a aprovação de tribos e governos provinciais.
A advertência foi feita por Ray Mano, ex-presidente do Conselho de Área de West Big Ngela, quem afirmou que a situação é generalizada entre os titulares de licenças para extração de madeira em Ngela.
Ele explicou que o fato tornou-se público recentemente, quando uma ou duas pessoas foram persuadidas com artimanhas a assinarem documentos, autorizando operações de extração de madeira em territórios tribais.
Artigos de boletim
Em quase todos os países, as monoculturas de árvores em grande escala impuseram-se e desenvolveram-se após modificações na legislação de cada país, de sorte que empresários nacionais e estrangeiros têm todo tipo de benefício, subsídios diretos e indiretos, isenção de impostos e, até, créditos brandos e reembolso por plantações em grande escala.
Será que alguém ia imaginar que o telefone celular está manchado do sangue de 3,5 milhões de mortos desde 1998? E que a mesma coisa acontece com alguns vídeo games infantis? E que as megatecnologias contribuem para a depredação florestal e a espoliação dos ricos recursos naturais de povos paradoxalmente empobrecidos?
A empresa Tiomin Kenya Limited, subsidiária da Tiomin Resources Inc., do Canadá, começou a explorar as areias minerais do litoral queniano em busca de titânio (ver o boletim 38 do WRM). Ao longo de 402 quilômetros, a área abriga uma cultura tropical única, com arquitetura árabe antiga, recifes de coral e frágeis ecossistemas.
No dia 31 de março, no porto italiano de Ravenna, ativistas do Greenpeace denunciaram a existência de um carregamento contendo "madeira de conflito" de floresta tropical úmida, termo definido pela ONG Global Witness, com sede na Grã-Bretanha, como "madeira comercializada em algum ponto da rede de custódia por grupos armados, quer facções rebeldes, soldados do exército regular ou a administração civil, quer para perpetuar o conflito, ou para tirar vantagem das situações de conflito, visando lucros pessoais".
Recentemente, teve importante divulgação um artigo em que é analisada a "ameaça" que supõe a atividade de colhedores ilegais de plantas medicinais para as florestas nativas sul-africanas. Michael Peter, diretor de Manejo de Florestas Nativas, do Departamento de Águas e Manejo Florestal da África do Sul, afirmou que "o comércio de plantas medicinais é a causa principal da degradação das florestas na África do Sul".
"A estratégia consistiu em sobreviver". Essa foi a resposta dada pela população de Timor a uma comitiva da Oilwatch, presente no país uma semana após ter conseguido a independência. Manter-se com vida diante da massacre organizada e perpetrada pelo presidente da Indonésia. Eles disseram, inclusive, que o atual presidente de Timor Leste, Xanana Gusmão, quando da sua detenção em 1992, fez as vezes de mago para preservar a vida, com sua arte de prestidigitador. À magia, pois, ele deve a vida.
O Banco Asiático de Desenvolvimento (Asian Development Bank - ADB) está financiando um estudo de avaliação e diligência devida, no valor de US$ 1,4 milhão, da represa hidrelétrica Nam Theun 2, no Laos. Apesar dos impactos em massa que o projeto causaria nas florestas, conforme reza o novo rascunho da política florestal do Banco, o ADB não é obrigado a considerar se o projeto Nam Theun 2 satisfaz a sua política florestal.
As mulheres somam mais da metade da mão-de-obra nas plantações malaias (cerca de 30 mil operárias). Historicamente, elas têm sido contratadas como trabalhadoras temporárias, para fazer o trabalho menos qualificado e pior remunerado. A urbanização e a industrialização empurram homens e rapazes para o trabalho em novas áreas industriais, enquanto as mulheres ficam e continuam aceitando qualquer tipo de trabalho que permita aceder à moradia e aos serviços básicos fornecidos pela empresa dona da plantação; caso contrário, elas não teriam essa possibilidade.
Na montanhosa região noroeste do Vietnã, o Comitê Popular de Son La transferiu os primeiros 52 moradores, de um total de 91 mil que serão obrigados a abandonar seus lares, para ceder lugar à enorme represa de Son La. Em março, as autoridades transferiram oito famílias da aldeia indígena White Thai para um novo lugar a 200 quilômetros de seus lares, no distrito de Muong La. Não menos de 13 grupos indígenas habitam os 275 quilômetros quadrados a serem inundados pelo lago artificial atrás da represa.
Em novembro de 2001, um tribunal belizenho sentenciou a favor da construção de uma represa hidrelétrica, no trecho superior do rio Macal, pela empresa Belize Electricity Limited (BEL), cujo acionista majoritário é a Fortis Inc., de St. John's, Newfoundland, Canadá (ver os boletins 44 e 54 do WRM). O governo belizenho privatizou a indústria de eletricidade, ficando apenas com uma participação minoritária na BEL. A Fortis Inc.
O município de Chichicastenango, no departamento de Quiché, é um dos mais povoados do país e detentor do maior número de línguas maias, como o Uspanteco, Ixil, Sacapulteco, Quekchí e Quiché. Para chegar ao município, é preciso conduzir por uma estrada ao longo de altas encostas, com curvas fechadas e fundos barrancos, alguns deles ainda com cobertura florestal mista, composta basicamente de pinheiros e azinheiras. O município fica no planalto ocidental do país, motivo pelo qual o clima é temperado e frio.