Artigos de boletim

As empresas de mineração ficaram chocadas com uma "recomendação" aprovada pelo Congresso Mundial para a Conservação, realizado em Amman, no ano 2002, exigindo o fim da extração de petróleo, minerais e gás em todas as áreas sob proteção incluídas nas categorias I, II, III e IV da UICN ("reserva natural stricto sensu", "área silvestre", "parque nacional", "monumento natural" e "área de manejo de hábitats").
Um novo relatório do Forest Peoples Programme e da Fundação TebTebba exorta o Banco Mundial a suspender o apoio dado à extração de petróleo, gás e minerais. O relatório "Extracting Promises: Indigenous Peoples, Extractive Industries and the World Bank" foi compilado como contribuição para a Revisão das Indústrias Extrativistas (RIE ou EIR, em inglês) do Banco Mundial (o relatório na íntegra e os estudos de caso associados podem ser baixados do sítio Web http://www.forestpeoples.gn.apc.org/Briefings/Private%20sector/ eir_internat_workshop_synthesis_rep_eng_may03.htm ).
A mineração é uma atividade a curto prazo, mas com efeitos a longo prazo. Ninguém pode (deve) ter a menor dúvida de que, quando realizada em áreas de floresta, constitui um fator de depredação. Calcula-se que, juntamente com a exploração de petróleo, ameaça 38% dos últimos remanentes de floresta primária do mundo.
Em número cada vez maior, os novos sistemas de segurança das corporações no mundo todo incluem ex-oficiais de inteligência, do exército e veteranos dos esquadrões da morte. Eles dão combate pagos por novos chefes: as indústrias de mineração.
Enquanto ainda despencam bombas, rolam tanques militares e morrem milhares de pessoas, os prováveis vencedores já estão repartindo o tesouro. É que disso se tratava esta guerra. Saddam e suas míticas armas de destruição em massa não passavam de uma desculpa pouco crível. O mundo todo sabia e sabe disso. Tanto o petróleo quanto os lucrativos contratos para a reconstrução daquilo que destruíram já estão em "boas" mãos.
O Fórum das Nações Unidas sobre Florestas (UNFF, em inglês) reunir-se-á, de 26 de maio a 6 de junho, em Genebra. Em abril deste ano, diversas ONGs e OPIs manifestaram à Secretaria do UNFF algumas de suas preocupações, concluindo que: "se essas questões não forem tratadas logo, o UNFF perderá credibilidade perante os grupos da sociedade civil e os povos indígenas e, mais tarde, perante os governos" (ver -em espanhol- http://www.wrm.org.uy/alerts/FNUB03esp.rtf).
Ainda ecoam nas ruas da patagônia Esquel os festejos da contundente vitória do NÃO, que teve 81% dos votos no plebiscito não vinculante realizado no dia 23 de março. O monstruoso aparato publicitário empresarial e do governo não pôde convencer a população a apoiar a exploração de uma mina de ouro e prata localizada a uns 6 quilômetros dessa cidade. A urbe mais importante da cordilheira do Chubut, habitada por aproximadamente 30 mil pessoas, disse NÃO e a Argentina Mineira tremeu.
No último fim-de-semana de março, mais precisamente na sexta-feira 28 de noite, vazou, em Minas Gerais, um depósito de produtos químicos da fábrica de papel Indústria Cataguazes. A planta, próxima à cidade de Cataguazes, fica à beira do rio Pomba, onde foram despejados milhões de litros de soda cáustica, cloro e outros produtos tóxicos usados no fabrico do papel.
Apesar de o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, por ser uma das regiões mais miseráveis do País, ter sido a meta preferencial e paradigmática das "caravanas da cidadania" do candidato Lula - em mais de uma campanha presidencial - e uma das escolhidas para a inauguração do prato de resistência do novo governo - o programa Fome Zero -, estranhamente nada se falou sobre a razão específica (afora as genéricas, do subdesenvolvimento socioeconômico e, quiçá, político) que levou aquela parte do território mineiro a uma situação tão degradada e economicamente insustentável.
A Reserva de Fauna de Dja, na região centro-sul dos Camarões, foi criada em 1950 pelo Alto Comissionado Francês para os Camarões. Em 1981, ela foi declarada Reserva de Biosfera da UNESCO, se tornando, em 1987, Patrimônio da Humanidade. Desde o ano 1992, a reserva é administrada pelo ECOFAC, um programa financiado pela União Européia, que apoia o estabelecimento de uma rede de áreas sob proteção no continente africano todo.
Em 1925, o rei Alberto I da Bélgica criou a Área de Vulcões sob Proteção, no atual território de Ruanda e da República Democrática do Congo, que mais tarde virou o Parque Nacional Alberto. No ano 1960, o Parque Alberto foi dividido no Parque Virunga e no Parque dos Vulcões, no noroeste de Ruanda. Em virtude da população de gorilas de montanha em perigo de extinção, ambos os parques são importantes destinos para o ecoturismo.
Recentemente, os habitantes do sul do estado de Matsapha, sede do setor manufatureiro do país, queixaram-se de indisposições causadas pelo consumo de água "envenenada" do rio Lusushwana. O trecho rio abaixo da Reserva Natural de Mantenga está limpo, mas, depois de passar pelas indústrias de Matsapha, ele muda de cor, segundo afirmam os moradores, cujo abastecimento de água depende do rio. "Um dia ele é marrom e, no dia seguinte, cinza", disse Thab'sile Dlamini, morador de um assentamento informal surgido na beira do rio.