Artigos de boletim

No marco de um demorado conflito por terra travado pelo povo indígena Adivasi, em janeiro deste ano, houve um confronto em que de 15 a 20 Adivasis foram assassinados (o número não foi confirmado) e cerca de 32 foram feridos pela Polícia armada. Presumivelmente, o ataque foi em resposta a uma ação armada dos Adivasis contra os guardas-florestais de áreas sob proteção, com armas tradicionais, como arcos e flechas. As autoridades alegam ter despejado um santuário de vida silvestre que tinha sido ocupado ilegalmente.
No fim do ano passado, cerca de 40 homens da etnia Hmong de Ban Phou Khao Khouay encaminharam-se para o local da represa Nam Mang 3, armados com paus e pistolas, e exigiram falar com os funcionários encarregados do projeto. Os moradores estavam irados pela perspectiva de serem despojados de suas terras, por causa do projeto, e por não terem recebido ainda informação sobre para onde seriam transferidos, quando aconteceria a transferência e que tipo de compensação receberiam.
A Advance Agro, uma das maiores empresas de celulose e papel da Tailândia, comercializa o papel tipo "A Duplo" como "amigável" com o meio ambiente. A propaganda da empresa explica que a matéria-prima é oriunda de plantações e, portanto, mitiga a pressão exercida sobre as áreas de floresta que ainda restam.
Nos meses de março e abril, milhares de hectares de floresta foram consumidos pelo fogo, numa série de incêndios florestais espalhados pela Reserva da Biosfera Maia, no norte da Guatemala. Embora sob controle antes de ter danificado seriamente a área, o fogo atingiu o Parque Nacional Tikal, declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Porém, os parques nacionais Serra do Lacandón e Lagoa do Tigre foram arrasados pelas labaredas, ao passo que, na parte central da reserva, as chamas se embrenharam sem controle no interior da floresta virgem.
Nos dias 13, 14 e 15 de abril, coincidindo com a comemoração do 1º Centenário da República do Panamá, a nação Kuna reunida sente que os seus direitos ancestrais ainda não foram nem aceitos nem considerados por grande parte da sociedade panamenha. Reunidos, eles exprimiram-se da seguinte maneira:
As árvores transgênicas são uma ameaça mundial contra as florestas e a diversidade biológica como um todo. Características como resistência a herbicidas, produção de inseticidas, rápido crescimento e baixo conteúdo de lignina, somadas à incapacidade para manter a esterilidade, praticamente garantem a devastação dos ecossistemas de floresta.
No dia 26 de março de 2003, foi enviada uma carta com mais de 50 assinaturas de ONGs, igrejas, movimentos e sindicatos brasileiros aos investidores do Fundo Protótipo de Carbono (FPC), do Banco Mundial, exortando-os a não comprar créditos de carbono provenientes do controverso projeto Plantar, em Minas Gerais, Brasil.
Esta nossa era de processos cada dia mais acelerados na garupa do desenvolvimento tecnológico também é cenário da perda igualmente vertiginosa dos recursos naturais, devido à sobreexploração dos mesmos para possibilitar uma forma de produção, consumo e vida que fecha o círculo vicioso.
Devido à sua diversidade natural e cultural, a região do Chocó (com uma área de 75 mil km2, no litoral do Pacífico colombiano) é um ecossistema estratégico, apresentando a maior concentração de biodiversidade do mundo quanto ao número de espécies por hectare (ver o boletim 44 do WRM). Da superfície original com florestas heterogêneas, apenas resta 40%, resultado, principalmente, da colonização, da expansão da fronteira agrícola, da pecuária e da extração de madeira.
Em quase todos os países, as monoculturas de árvores em grande escala impuseram-se e desenvolveram-se após modificações na legislação de cada país, de sorte que empresários nacionais e estrangeiros têm todo tipo de benefício, subsídios diretos e indiretos, isenção de impostos e, até, créditos brandos e reembolso por plantações em grande escala.
As empresas madeireiras foram avisadas da existência de pessoas que lhes apresentam documentação que aparenta ter a aprovação de tribos e governos provinciais. A advertência foi feita por Ray Mano, ex-presidente do Conselho de Área de West Big Ngela, quem afirmou que a situação é generalizada entre os titulares de licenças para extração de madeira em Ngela. Ele explicou que o fato tornou-se público recentemente, quando uma ou duas pessoas foram persuadidas com artimanhas a assinarem documentos, autorizando operações de extração de madeira em territórios tribais.
Em quase todos os países, as monoculturas de árvores em grande escala impuseram-se e desenvolveram-se após modificações na legislação de cada país, de sorte que empresários nacionais e estrangeiros têm todo tipo de benefício, subsídios diretos e indiretos, isenção de impostos e, até, créditos brandos e reembolso por plantações em grande escala.