Artigos de boletim

Num continente devastado por mais de vinte conflitos armados, apoiados por interesses estrangeiros e financiados através da pilhagem dos recursos naturais do continente (petróleo, diamantes, ouro, madeira, cobre, cobalto e coltan), a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (New Partnership for Africa’s Development - NEPAD) se apresenta, para alguns, como uma incógnita.
Enquanto os quenianos comemoram seus quarenta anos de independência, a nação indígena Ogiek lembra os quarenta anos de espoliação e marginalização institucional. Os Ogiek têm sofrido opressão e brutalidade sistemáticas, através de uma política de assimilação que visa a sua extinção.
Uma ampla variedade de grupos ambientalistas e da comunidade, órgãos de pesquisa e pessoas que tomam decisões no governo e na indústria se reuniram em Nelspruit, África do Sul, em meados de novembro para discutir um tema candente: o impacto das plantações para madeira.
A Birmânia possui uma fama justificada por seus ricos depósitos de pedras preciosas, entre as que se incluem rubis, safiras e jade. A cidade de Mogok, localizada na zona este da Divisão de Mandalay, na fronteira do estado de Shan, tem sido o centro da extração de rubis e safiras durante oitocentos anos.
Orçando US$ 1,2 milhão, o polêmico projeto de construção da rede de estradas de Ladia Galaska, iniciado há mais de um ano, ligará o litoral oeste de Aceh à costa leste de Sumatra do Norte. Dos 505 quilômetros previstos, mais de 90 quilômetros de estrada atravessam a floresta relativamente prístina das terras altas centrais do Parque Nacional Mount Leuser, importando visíveis impactos negativos e permanentes no meio ambiente.
Calcula-se que aproximadamente 40% do território filipino foi entregue em concessão a multinacionais de mineração. No entanto, esse processo não aconteceu sem oposição. Da região de Cordilheira, no norte das Filipinas, à região sudeste da ilha Palawan, os grupos indígenas Subanen, Tagbunau, Pala’wan, Tau’t bato e Batak (veja os boletins 11, 28 e 67 do WRM) vêm lutando pela defesa de seus territórios dos maciços impactos da mineração.
No dia 1º de dezembro de 2003, a SmartWood suspendeu a certificação pelo Conselho de Manejo Florestal (FSC, em inglês) de duas plantações de teca da Organização Florestal Industrial (FIO). A SmartWood foi credenciada pelo FSC para avaliar se as atividades florestais se ajustam aos princípios do FSC para um bom manejo de florestas e plantações (veja os boletins 48, 64 e 72 do WRM).
Na quarta-feira, dia 26 de novembro de 2003, foi assassinado com um tiro na cabeça o jornalista Germán Antonio Rivas, diretor-gerente da Corporação Maya Televisión da cidade de Santa Rosa de Copán, na região ocidental de Honduras, na fronteira com a Guatemala. Rivas era diretor do noticiário "CMV-Noticias", que se caracteriza por seu conteúdo crítico perante a instalação de uma empresa mineira no Parque Nacional “El Guisayote de Ocotepeque”, no departamento do mesmo nome.
Em 4 de dezembro, milhares de pessoas de cidades e paragens das províncias do Chubut e Rio Negro voltaram a marchar, junto com os habitantes de Esquel, para dizer NÃO à Mina. Essa reafirmação popular acontece em meio a mais uma investida mineradora, já que o pessoal das corporações está rondando as cercanias de Cholila (no Chubut, a poucos quilômetros do Parque Nacional Los Alerces). Caso a atividade mineradora continue, ficarão comprometidas várias bacias lacustres e a floresta andina patagônia.
A empresa florestal Plantar, sediada no estado de Minas Gerais, possui grandes plantações de eucalipto na região, estabelecidas à custa da expulsão da população local. Também foram instaladas a expensas da floresta típica da região (o cerrado), cujas árvores viraram carvão para a indústria siderúrgica, substituindo-as por eucalipto plantado com o mesmo objetivo.
No dia 12 de novembro último, os grupos florestais Matte (Empresas CMPC) e Angelini (Arauco) e um conjunto de organizações ambientalistas chilenas e estadunidenses celebraram um acordo (veja: http://www.wrm.org.uy/paises/Chile/articulo2.html ) pelo qual as empresas se comprometem a conservar as áreas de floresta nativa existentes em suas propriedades – 2,8% da superfície do país com florestas nativas – e a não substitui-las por plantações.
Em 1998, o escritor Joe Broderick concluiu uma pesquisa sobre a empresa Smurfit Cartón de Colombia, publicando seu livro “O império do papelão: impacto de uma multinacional do papel na Colômbia”. Nele são documentados em detalhe os graves impactos sociais e ambientais resultantes das atividades da filial da transnacional irlandesa Jefferson Smurfit nesse país.