Artigos de boletim

O Distrito de Garwula, no condado de Grand Cape Mount, é uma das áreas afetadas pelo contrato de arrendamento de 63 anos, assinado em 2009 pela Sime Darby, gigante malaia produtora de óleo de dendê, com o Governo da Libéria. Quando a empresa estabeleceu grandes plantações de dendê voltadas à exportação, a subsistência dos moradores locais foi prejudicada e as mulheres tiveram de enfrentar muitas dificuldades.
Um abaixo-assinado comunitário em Avaaz.org clama por ação contra empresas que, subsidiadas por um esquema da União Europeia, expulsam centenas de milhares de agricultores cambojanos de suas terras. Esses esquemas são voltados a beneficiar os países pobres, mas, no Camboja, incentivaram empresas que roubam a terra das pessoas e as tornam mais pobres, enquanto os benefícios fluem principalmente a uma elite empresarial e política.
Em outubro de 2012, a Fian International – organização pelo direito a alimentação adequada, deu início a uma ação, que deve durar até 30 de abril de 2013, em defesa das comunidades camponesas na província Niassa, de Moçambique. Essas comunidades perderam acesso à terra usada para a produção de alimentos e a florestas naturais, e assim enfrentam insegurança alimentar e violações de seu direito à alimentação, devido ao estabelecimento de grandes plantações de árvores promovidas e financiadas pela Suécia.
Cerca de três mil mulheres camponesas vindas de 23 estados, que passaram quatro dias reunidas em Brasília no 1º Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, fizeram ecoar o tema central do evento em frente ao Congresso Nacional: “Na sociedade que a gente quer, basta de violência contra a mulher”. Cartazes com nomes de mulheres do campo assassinadas foram carregados pelas mulheres durante a caminhada.
Começa um ano novo. Mas a mudança no calendário não implica necessariamente uma mudança no acirramento dos processos de dominação e destruição que motivam as lutas e a resistência de numerosos povos e comunidades, bem como das organizações sociais que os acompanham. Não obstante, é um momento simbólico para fazer uma parada, olhar para trás e para a frente, juntar forças, tremular bandeiras, ter esperanças.
Neste número, analisamos a geração de energia em grande escala a partir da biomassa de madeira. Trata-se de uma nova tendência na qual, principalmente na União Europeia, usa-se mais madeira para alcançar os objetivos de uso da “energia renovável”.
A biomassa é a fonte de energia mais antiga utilizada pelos seres humanos. Encontra-se em abundância em quase todo o planeta e, atualmente, mais de 2 bilhões de pessoas, principalmente nos países do Sul global, dependem dela para cozinhar e obter calor e luz. A energia resultante da combustão de biomassa se chama bioenergia.
Em Doha, Qatar, na 18ª Sessão da Convenção do Clima, as negociações em torno do REDD+ se complicaram. A discordância principal é sobre como verificar a redução de emissões no desmatamento que deveriam resultar de projetos de REDD+. Enquanto países do Norte defendem uma verificação externa, internacional, países do Sul querem fazer esse controle internamente. Sem acordo sobre este ponto, dificilmente os países do Norte disponibilizarão recursos para o REDD+. O que podemos dizer sobre este impasse?
Desde a sua fundação, o WRM trabalha com direitos humanos na hora de denunciar os distintos processos de desmatamento por extração de petróleo, mineração, exploração de madeira, construção de represas e megaemprendimentos, expansão de monocultivos florestais e agronegócio em geral. Em cada um dos casos denunciados, os direitos de comunidades que vivem na floresta ou dela dependem são sistematicamente violados.
O organismo de certificação Mesa Redonda do Dendê Sustentável (RSPO) deixou de agir contra uma empresa que busca o selo da RSPO, que terraplenou terras agrícolas e florestas que pertencem à comunidade indígena de Muara Tae, ajudada por policiais armados trazidos para proteger a empresa por meio de intimidação.
Representantes de organizações de agricultores e produtores, membros do CNCR, bem como outras plataformas nacionais participantes da ROPPA (Rede de Organizações de Agricultores e Produtores da África Ocidental), reuniram-se de 20 a 22 novembro de 2012 em Dacar, no marco do Fórum Internacional “A agricultura familiar é a principal fornecedora de alimento e riqueza na África Ocidental”.