Artigos de boletim

(Photo: C-Condem) Durante muitos anos, as “décimas” têm sido ferramenta de protesto dos povos negros do Equador, que ainda mantêm viva a tradição dos poetas “decimeros” quando denunciam a agressão sofrida por seu povo diante dos sistemas ambiciosos de poder, como o da indústria do camarão e outros empreendimentos industriais que destroem o mangue.
Há mais de 20 anos, a indústria do camarão alcançou seu auge a partir da criação em fazendas, causando graves impactos aos manguezais, bem como incontáveis violações aos direitos humanos dos povos dessas áreas. A Sociedade Sueca para a Conservação da Natureza (SSNC, na sigla em inglês) lançou em 2011 a campanha ANTISCAMPI (contra o lagostim), com o objetivo de influenciar uma mudança de comportamento no consumo de camarões na Suécia.
Segundo o relatório The World’s Mangroves 1980-2005 (FAO 2007), a Indonésia tem a maior área de manguezal do mundo em termos de extensão. No entanto, a condição dos manguezais vem decaindo ano a ano, tanto em qualidade quanto em quantidade. Em 1982, as florestas de mangue do país cobriam uma área de 4.25 milhões de hectares, enquanto, em 2009, ela foi estimada em menos de 1.9 milhão de hectares (KIARA, 2010).
(Photo: SSNC) Os padrões negativos de concentração de terra e intimidação, registrados por uma equipe de investigadores da Sociedade Sueca para a Conservação da Natureza (SSNC) nas áreas de criação de camarão nos arredores de Khulna, afetam claramente a famílias inteiras cujas terras e meios de subsistência foram destruídos.
O efeito de concentração de terras causado pelos projetos de conservação raramente é levado em conta na discussão atual sobre a “concentração de terras” global. Na Tanzânia, onde cerca de 40% da área terrestre do país estão sob alguma forma de proteção ambiental, as áreas de conservação têm aumentado constantemente desde os tempos coloniais, levando à perda de terra e acesso por parte de pequenos agricultores, pastores e pescadores.
Recentemente, soube-se que o consórcio Montes del Plata, formado pela empresa papeleira sueco-finlandesa Stora Enso e a chilena Arauco, vendeu 45.000 hectares ao administrador de fundos de investimento estadunidense GMO, em sua maioria com plantações de árvores, situados nos departamentos de Tacuarembó e Rivera (1).
As notícias da Europa e dos Estados Unidos descrevem um cenário de crise econômico-financeira grave, de pouco ou zero crescimento da economia, falta de investimentos e altas taxas de desemprego. Mas, desde que essa crise surgiu, uns cinco anos atrás, também vemos um processo intenso de investimentos em terras e plantações de monoculturas de árvores e outros cultivos na América Latina, na África e na Ásia.
O surgimento de “Dragões do Papel”. (Disponível em indonésio).
Após a Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano, os membros da União Nacional dos Camponeses, conhecida como UNAC, em Moçambique, e representantes de organizações não governamentais internacionais apelaram aos governos de Japão, Brasil e Moçambique para que interrompam o programa ProSavana.