Chegamos mais uma vez ao mês de setembro, durante o qual fazemos, há vários anos, uma homenagem às mulheres e aos homens no mundo que lutam de diferentes formas contra as monoculturas de árvores, que querem defender seus territórios, suas florestas, para gerar vida, contrastando com a voracidade de grandes empresas e investidores que buscam essas mesmas terras para gerar lucros.
Artigos de boletim
Escândalos relacionados a alimentos para bebês na África, destruição de florestas tropicas para fabricar barras de chocolate: há empresas, por exemplo, a Nestlé, que atraem escândalos como a luz atrai insetos. Por outro lado, existem as empresas-Teflon, como a revista norte-americana Newsweek chamou as multinacionais que fazem basicamente a mesma coisa que seus concorrentes, mas nas quais as críticas não grudam. A Unilever é o protótipo disso. A empresa é até elogiada por importantes organizações ambientais internacionais, como o WWF, por seu compromisso ambiental.
Os problemas que surgem dos impactos sociais e ambientais causados por plantações industriais de árvores para madeira e fabricação de celulose têm sido bem documentados nos últimos 20 anos. Agora, há amplas evidências de que os benefícios temporários gerados por projetos de plantações monocultoras, que na maioria vão para consumidores afluentes de seus produtos artificialmente baratos, donos de plantações empresariais e seus bancos, são superados em muito pelos custos de seus efeitos ambientais e sociais negativos, que são duradouros ou permanentes.
A Sappi Limited, produtora sul-africana de celulose e papel, planeja a construção de uma usina de combustão de biomassa na fábrica Ngodwana, na província de Mpumalanga. A capacidade planejada é de cerca de 50 megawatts, que serão fornecidos à rede pública. Enganosamente, esse investimento é chamado de “Projeto Energia Verde” (Green Energy Power Project, GEPP), mas, na realidade, a energia é tão verde quanto o interior da caldeira da Sappi.
Libéria: Futuros incertos. Os impactos da Sime Darby sobre as comunidades
Com o crescimento da demanda global por borracha natural nos últimos anos, as grandes plantações de seringueira estão se expandindo, causando conflitos com comunidades locais no Laos, um país onde, no início dos anos 90, era amplamente aceito e citado por acadêmicos e pessoas que o estudavam, que cerca de 80% do povo dependiam diretamente da floresta – inclusive do rio – para seu bem-estar físico, cultural e espiritual.
As concessões de terras para plantações de madeira são um modelo de exploração florestal usado por grandes empresas na Indonésia. Mais de 9 milhões de hectares de concessões desse tipo já foram feitos pelo Ministério de Florestas, embora nem todas essas concessões sejam usadas para plantar madeira. Até 2011, não mais do que metade da área total de licenças de plantio de madeira era bem gerida pela empresa titular da licença.
A área plantada no Brasil com dendê, ou palma africana, sempre foi relativamente pequena, comparada com outros países produtores na América Latina. No entanto, anúncios por parte de algumas das maiores transnacionais brasileiras, como a Vale e a Petrobrás, indicam uma expansão acelerada na região Amazônica, principalmente no estado do Pará, visando à produção de biodiesel.
Em julho deste ano foram divulgados os resultados de uma pesquisa realizada em nível de comunidades, em 2010, pela Asociación de Ingenieros Forestales por el Bosque Nativo. O Monitoramento Florestal Independente resultou em um relatório sobre os impactos ambientais e sociais das plantações de árvores da empresa Forestal Anchile Ltda. e em denúncias respectivas à Corporación Nacional Forestal (CONAF), uma agência do Ministério da Agricultura do Chile.
A região da Quebrada de los Cuervos, localizada nas serras do departamento de Trinta e Três, foi a primeira área a entrar no Sistema Nacional de Áreas Protegidas no Uruguai (2008), por sua riqueza paisagística, representatividade de ecossistemas nativos e diversidade de espécies. Composta por pastagens, mata de encosta, matas ciliares e arroios, funciona como um corredor biológico para diferentes espécies de flora e fauna.
Hoje em dia, os mercados financeiros especulativos vêm ganhando cada vez mais poder sobre a economia e a vida, em resposta à crise capitalista que começou na década de 1970.
Em 16 de agosto do ano passado, Ricardo Carrere nos deixou. Durante 15 anos, ele foi coordenador internacional do Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais (WRM).