Artigos de boletim

Os agrocombustíveis entraram de forma estrondosa e rápida nas agendas dos governos, do Norte … e do Sul. Prometem independência energética, negócios, solução para o aquecimento global, negócios, mais divisas, negócios!!
Para a decepção de alguns e o alívio de outros, os projetos de plantação de árvores, especialmente aqueles que envolvem monoculturas em grande escala têm estado lutando para ter acesso a um novo subsídio oferecido pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto: Nos três anos que transcorreram desde que as regras para projetos de florestamento e reflorestamento foram adotadas, e depois de doze rodadas de apresentações de metodologias de base, apenas uma plantação, na China, tem sido registrada como projeto do MDL.
Registrado no passado 22 de janeiro, o "Projeto 0143: Projeto de Geração de Eletricidade Renovável da UTE Barreiro S.A." da Vallourec & Mannesmann (V&M), a maior fabricante do mundo de tubos de aço sem costura laminados a quente, é a terceira tentativa da companhia para obter fundos de acordo com o esquema do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). O projeto registrado providenciará à V&M 67.954 créditos do carbono que pode vender a companhias no Norte que preferem comprar esses créditos do carbono em vez de reduzir as emissões em casa.
Cada vez mais a corrida para usar biomassa como fonte alternativa de energia que supostamente reduz as emissões de CO2 está ocultando o padrão de consumo insustentável que subjaz ao aquecimento global e à mudança climática. Os enfoques reducionistas se focalizam em soluções que causam mais dano. Esse é o caso de um importante projeto europeu que tem identificado com entusiasmo as plantações de eucaliptos em escala industrial como resposta para processos de fabricação de aço que dizem ser menos poluidores.
Os povos indígenas caçadores- coletores das florestas da África Central, chamados povos Pigmeus, fazem parte de, no mínimo, 15 grupos etnolingüísticos diferenciados. Incluem os Gyéli, Kola, Baka, Aka, Bongo, Efe, Mbuti, Twa do oeste e Twa do leste e vivem em dez países da África Central: Angola, Camarões, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, Gabão, República do Congo (Congo), República Democrática do Congo, Uganda, Ruanda e Burundi. Calcula-se que a população total está entre 300.000 e 500.000 pessoas.
As comunidades equatorianas afetadas pela mineração convocaram para um Levantamento Mineiro em 5 de junho, Dia do Meio Ambiente. Estabeleceram--se diferentes pontos de resistência espalhados pela geografia nacional em Imbabura, Quito, Chimborazo, Cañar, Azuay, El Oro, Zamora e Morona.
A Indonésia tem a terceira maior floresta tropical do mundo, depois do Brasil e da República Democrática do Congo. Ainda que represente apenas 1,3 por cento do total da área florestal mundial, a floresta da Indonésia abriga 10 por cento das espécies de flora do mundo, 12 por cento dos mamíferos do mundo, 17 por cento dos répteis e anfíbios do mundo e 17 por cento das aves do mundo. Indonésia é o segundo país em termos de riqueza de vida selvagem. Suas florestas também abrigam espécies em perigo de extinção como os orangotangos, os tigres, os rinocerontes e os elefantes asiáticos.
Durante a passada década, dezenas de milhões de dólares têm sido investidos pelas agências de financiamento para melhorar o manejo florestal no Laos com o objetivo estabelecido de ajudar para o desenvolvimento rural e a segurança dos meios de vida. Apesar desses investimentos –incluindo projetos envolvendo muitos milhões de dólares apoiados pelo Banco Mundial, o Governo da Finlândia e a Agência Sueca de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Sida), entre outros- o manejo incorreto das florestas de produção do Laos continuam sendo a regra.
Parece que todos concordam na necessidade de proteger as florestas remanescentes do mundo ... enquanto as florestas continuam desaparecendo à mesma taxa alarmante de sempre. Portanto, é importante fazer a distinção entre os que estão realmente comprometidos com a proteção florestal e aqueles cujos atos e palavras vão em direções opostas. Com esse objetivo, a maioria dos artigos incluídos nesta edição do Boletim do WRM servem como bons exemplos.
A conservação das florestas está de novo na agenda...aproveitemos! Mais e mais governos do norte e do sul, agências bilaterais de desenvolvimento, bancos bilaterais de desenvolvimento e grandes ONG de conservação estão argüindo que os "países" deveriam ser compensados por proteger os "depósitos de carbono" em florestas em pé. Sob alguns planos, os planos de proteção florestal dos países do sul deveriam gerar direitos de poluição que os governos poderiam vender para as indústrias no norte para permitir-lhes deixar as coisas como estão.
No dia 26 de abril, a Real Academia Sueca da Agricultura e o Florestamento organizou, em Estocolmo, o seminário intitulado “Virando as indústrias florestais do Norte para o Sul”, com o intuito de discutir a crescente tendência das empresas de celulose e plantações de árvores de investir em países do Sul tais como Brasil, Uruguai e Indonésia.
A Botnia está construindo atualmente a fábrica de pasta mais controvertível do mundo em Fray Bentos, no Uruguai. Está fazendo isso com centenas de milhões de dólares de contribuintes canalizados através do Banco Mundial, a agência de créditos às exportações finlandesa e o Banco Nórdico de Investimento. Os lucros obtidos, junto com a pasta, serão exportados.