Artigos de boletim

Uma intensa onda de frio atravessou a Argentina na primeira quinzena de julho. Nas cálidas terras da província do Chaco, onde a média anual é de uns 20ºC foram registradas marcas abaixo de zero. Esse brusco declínio da temperatura manifestou em mortes a dimensão da emergência sanitária e alimentar que vivem os povos indígenas Toba, Mocovi e Wichi nesse distrito do nordeste do país, onde a saúde está minada pela desnutrição, a tuberculose e o chagas. Em poucos dias o número de mortes chegou a 10; até 2 de outubro, esse número pulou para 16, sendo que a maioria são Tobas.
Em agosto de 2007, a ArborGen assinou um contrato que vira o objetivo da companhia de ser "o ator preeminente no desenvolvimento e marketing global das árvores modificadas geneticamente para a indústria florestal" mais perigosamente perto de ser realidade.
Recentemente, o Instituto Florestal Europeu (EFI) divulgou uma declaração em favor da pesquisa de árvores geneticamente modificadas. Várias das 131 organizações membro do EFI (institutos de pesquisa, universidades e empresas) estão envolvidas com a pesquisa de árvores GM. O presidente do EFI, entre 2004 e 2006, foi François Houllier, diretor científico do Instituto Nacional para a Pesquisa Agrícola (INRA) da França que está desenvolvendo pesquisas em árvores GM.
Visitei Camarões em duas ocasiões, dezembro de 2006 e setembro de 2007. Nas duas viagens fiquei chocado pelo número enorme de caminhões carregados com enormes toras de árvores tropicais que podiam ser vistos em quase qualquer estrada. A grande maioria era transportada aos portos para ser exportada- sem processar- principalmente aos países do Norte.
O dia 26 de setembro de 2007 não será fácil de esquecer em Intag, a área subtropical anti-mineira do noroeste do Equador. Depois de meses à espera de uma resolução, o Ministério das Minas e Petróleos anunciou a suspensão das atividades mineiras da mineradora canadense Ascendant Cooper, proprietária das concessões no local. A decisão do ministro Galo Chiriboga está  juridicamente sustentada pelo fato de a empresa ter iniciado suas atividades em descumprimento da lei, já que não solicitou as correspondentes autorizações e relatórios do Município de Cotacachi.
Em Honduras são desmatados de 80.000 a 120.000 hectares ao ano. Nossas florestas são multidiversas: de pinheiro, com uma variedade de sete espécies; latifoliadas, com 200 espécies de árvores e uma rica biodiversidade principalmente em terras baixas; nubladas latifoliadas, com pinhais ou florestas mistas em terras altas; latifoliadas em locais de clima seco; e manguezais.
Uma série de grandes barragens são propostas atualmente para a Bacia do Rio Sekong no sul do Laos.  Além das dezenas de milhares de pessoas no Laos que seriam afetadas por estes projetos, os meios de vida de 30.000 pessoas que vivem rio abaixo ao longo do Sekong no Camboja também estão ameaçados.  No entanto, as barragens estão sendo planejadas sem consideração pelo impacto sobre as pessoas e o meio ambiente no Camboja.
Em março de 2007, foi lançado um apelo nacional e internacional diante do iminente desmatamento e  destruição total, por parte de uma empresa chamada UMBU S.A., de 24.000 has (240  Km²) de floresta virgem e intocada, no coração da área denominada “Amotocodie”, norte do Chaco Paraguaio. Amotocodie faz parte do território ancestral do Povo Indígena Ayoreo, e continua sendo habitado de forma permanente por dois grupos ayoreo isolados.
De 8 a 13 de outubro, as organizações de pescadores, colhedores artesanais, ambientalistas e acadêmicos de 10 países da América Latina, organizados na Redmanglar Internacional, se reuniram no município de Cuyutlán, Estado de Colima, no México. Durante toda uma semana de trabalho foi denunciado que no mundo é reafirmada e fortalecida uma política de apropriação e uso de espaços litorâneos e marinhos nos quais os interesses econômicos de uns poucos se antepõem à conservação dos ecossistemas que sustentam a vida e os direitos básicos das comunidades locais.
Os Povos Indígenas atingiram uma importante vitória junto às Nações Unidas. Após mais de 20 anos de negociações, no dia 13 de setembro a Assembléia Geral das Nações Unidas adotou finalmente a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
Introdução No dia 27 de agosto de 2007 o Ministro da Justiça, Tarso Genro, assinou as portarias de delimitação das Terras Indígenas Tupinikim (14.227 ha) e Comboios (3.800 ha), totalizando 18.227 ha. Pelas portarias, o governo brasileiro reconhece que as terras são tradicionalmente ocupadas pelos Tupinikim e Guarani e que nos últimos 40 anos estavam ocupadas ilegalmente pela Aracruz Celulose.
Há três anos, como resposta de um artigo que escrevi a respeito do envolvimento da indústria celulósica na pesquisa de árvores geneticamente modificadas, recebi um correio eletrônico da Secretaria do FSC em Oaxaca, México. O e-mail dizia “Assumo que você está ciente que o único programa de certificação florestal que se posiciona claramente contra as árvores GM é o programa do FSC, e que essa questão é particularmente relevante para as grandes empresas plantadoras que têm os recursos para investir nesse tipo de pesquisa e desenvolvimento.”